“Estamos a falar de um produto que liga algumas das melhores marcas turísticas de natureza no país – da serra da Estrela às Aldeias do Xisto, chegando até à grande Barragem de Castelo de Bode -, e, por isso, seguramente que vai acrescentar muito valor a estes territórios de baixa densidade e que irá também puxar muito pelos investimentos existentes, nomeadamente de alojamento e restauração que, felizmente, começam a aparecer alavancados por estas marcas”, afirmou o presidente da Agência para o Desenvolvimento Turístico das Aldeias do Xisto (ADXTUR), entidade responsável pela implementação da rota.
Em declarações à agência Lusa, Paulo Fernandes sublinhou que a rota, que vai ser lançada no fim de semana, “é um dos maiores projetos em termos de produtos de animação turística alguma vez criado no interior do país”, que também ajudará a acrescentar valor às Aldeias de Xisto que passam a ter mais uma oferta para os seus visitantes.
A Grande Rota do Zêzere (GRZ), da nascente do rio Zêzere, na serra da Estrela, até à sua foz, em Constância, tem um percurso de 370 quilómetros que pode ser feito a pé, de bicicleta e de canoa. Representa um investimento de 900 mil euros, financiado em 85 por cento por fundos comunitários.
“É um projeto que tem a vantagem de ter uma componente multimodal, que permite que os visitantes possam fazer troços a pé, de bicicleta ou de canoa, o que lhe dá ainda uma maior abrangência”.
Paulo Fernandes, que é também presidente da Câmara do Fundão, destacou igualmente o “enorme potencial” que a GRZ encerra em termos do segmento do turismo de natureza, pelo que será apresentada como “um produto distinto e diferenciador”, quer “no mercado nacional, quer no mercado internacional”.
“A gestão e divulgação serão feitas a partir da Rede de Aldeias de Xisto, o que também contribuirá para a eficiência da promoção que engloba ainda todos os concelhos e municípios envolvidos”, acrescentou.
À agência Lusa, o coordenador executivo da agência, Rui Simão, salientou que com a GRZ “há estruturação a uma escala regional de um produto estratégico para o desenvolvimento deste segmento do turismo da natureza e do turismo ativo”.
“Estimula, também, uma cultura de cooperação entre agentes públicos e privados a escalas pouco trabalhadas no país”, sublinhou ainda o responsável.
Sem dúvidas de que vai a GRZ potenciar o turismo, Rui Simão referiu ainda a “capacidade de escoar bens e serviços”, além de necessariamente “responder a outras demandas que a procura turística vai exigir”.
A Grande Rota do Zêzere foi criada para permitir aos utilizadores usufruir do vale do Zêzere.
O rio Zêzere nasce na Serra da Estrela, a cerca de 1.900 metros de altitude, e passa pelas regiões da Beira Interior, Pinhal Interior e Médio Tejo, e conflui com o Tejo a oeste de Constância, após um curso de cerca de 248 quilómetros.
De acordo com uma nota de imprensa da Aldeias do Xisto, a GRZ percorre 13 concelhos: Manteigas, Covilhã, Guarda, Fundão, Pampilhosa da Serra, Vila de Rei, Oleiros, Sertã, Pedrógão Grande, Figueiró dos Vinhos, Ferreira do Zêzere, Abrantes e Constância, dos distritos da Guarda, Castelo Branco, Coimbra, Leiria e Santarém.
A Rede das Aldeias do Xisto é um projeto de desenvolvimento sustentável, de âmbito regional, liderado pela ADXTUR, em parceria com 20 municípios da Região Centro e com cerca de 100 operadores privados. A agência tem centralizado um grupo de trabalho que envolve municípios e agentes privados para gestão, manutenção, promoção e animação da GRZ.