Quarta-feira inicia-se a luta pela vitória na 77.ª Volta a Portugal

Trepadores e contrarrelogistas iniciam quarta-feira a luta pela vitória na 77.ª Volta a Portugal, com os primeiros a terem no regresso da vertente Covilhã-Penhas da Saúde uma oportunidade única para reverter a supremacia dos segundos nas últimas edições.

De um lado e de outro, os argumentos, distribuídos num percurso de 1550,7 quilómetros, são de peso: os trepadores podem esgrimir, no seu duelo, o retorno do nordeste transmontano, as rainhas Senhora da Graça e Torre, sem esquecer o Larouco e Santa Luzia, enquanto os especialistas na luta contra o cronómetro bem podem agradecer a benesse de, em 11 dias, terem quase tantos quilómetros de contrarrelógio (40,2) como a Volta a França em três semanas.

Depois de ter sido palco do dia de descanso, em 2014, Viseu volta a assumir-se como uma das cidades protagonistas da 77.ª edição, com o seu ‘coração’ a ser palco, na quarta-feira, de um prólogo de seis quilómetros, que incluiu uma ‘visita’ à Sé e que definirá o primeiro camisola amarela.

Na primeira etapa em linha, a cidade de Pinhel, há mais de três décadas afastada da Volta, assinala o regresso das difíceis etapas transmontanas, com o traçado agreste de 196,8 quilómetros a cruzar a Serra de Bornes antes de se completar num circuito citadino, em Bragança, com o castelo como pano de fundo.

Para a segunda tirada está reservado o retorno ao percurso da maior prova velocipédica nacional de Macedo de Cavaleiros, ponto de partida para os difíceis 175,6 quilómetros (incluem quatro contagens de montanha), que vão terminar na contagem de primeira categoria instalada na Serra do Larouco, em Montalegre, a 1.525 metros de altitude.

Com a Serra do Barroso como pano de fundo, Boticas, à semelhança de 2014, dará início a uma etapa, levando, desta vez, a caravana até ao Minho, mais precisamente a Fafe, que, depois de acolher a partida da passada edição, é o ponto final dos 172,2 quilómetros da uma tirada de média dificuldade, provavelmente dedicada aos ‘sprinters’.

Ao quinto dia, um domingo, como é habitual, o pelotão cumpre a sua peregrinação anual à Senhora da Graça, o teto de primeira categoria de Mondim de Basto, uma viagem que este ano conta com 159,4 quilómetros desde Alvarenga, uma escondida freguesia do concelho de Arouca, e atravessa a região demarcada do Douro, com uma dura travessia em Alijó e uma vertiginosa descida nas Fisgas de Ermelo.

Depois de ter acolhido uma chegada no ano passado, Braga apaixonou-se pelo ciclismo e vai ser local de partida da quinta etapa, que conduzirá os resistentes até à curta ascensão de três quilómetros ao Monte de Santa Luzia, em Viana do Castelo, que marca o final de 169,4 quilómetros.

Na sexta tirada, Ovar é a grande novidade, oferecendo a Praia do Furadouro como cenário de partida da etapa que antecede o dia de descanso. Antes de fazerem um primeiro balanço, os candidatos (e todos os outros) vão pedalar 153,1 quilómetros até Oliveira de Azeméis, num percurso relativamente fácil.

Recuperado o fôlego após a jornada de descanso, Condeixa-a-Nova – município em estreia absoluta na prova – entra pela ‘porta grande’, ao protagonizar a partida da etapa rainha, que termina na temível torre.

Nessa quinta-feira, 6 de agosto, serão percorridos 171,3 quilómetros na sétima etapa, que tem a aliciante extra de recuperar a mítica escalada pela vertente Covilhã-Penhas da Saúde, a mais dura de todas até ao ponto mais alto de Portugal continental.

Após as mais que prováveis emoções fortes na Serra da Estrela, a caravana da Volta a Portugal parte desde a Guarda para a oitava tirada, composta por 180,2 quilómetros até à sempre presente cidade de Castelo Branco, propícia a fugas e chegadas rápidas.

O último momento decisivo está reservado para a nona etapa, um contrarrelógio de 34,2 quilómetros entre a Praia do Pedrógão e Leiria, semelhante ao de 2010.

Por fim, na 10,ª e última tirada, assiste-se ao regresso de Vila Franca de Xira ao mapa da prova, depois de 39 anos de ausência, no desfile dos heróis até Lisboa (Marquês de Pombal), numa considerada etapa de consagração, de 132,5 quilómetros, que celebrará o sucessor de Gustavo Veloso.


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