A ideia nasceu na Covilhã quando Miguel Nunes e David Angelo, ainda estudantes, acompanhavam um médico de cirurgia geral e surgiu a oportunidade de suturar uma ferida no couro cabeludo. Um procedimento que a maioria dos estudantes de medicina admite sentir pouca capacidade para fazer.
“E a verdade é que nós apesar de sabermos a teoria, como anestesiar, desinfetar a ferida, nunca tínhamos suturado antes e isso revelou-se um obstáculo naquele momento para tratarmos o doente nas melhores condições, e percebemos que se houvesse um produto como aquele que mais tarde idealizamos, provavelmente iríamos ser clientes desse produto”, explica Miguel Nunes.A realidade com que se depararam os recém licenciados é transversal à maioria dos estudantes de medicina, como comprovaram através da realização de um estudo “e percebemos que mais de metade dos estudantes de medicina nunca suturou em ambiente cirúrgico e a grande maioria, 85%, nunca suturou um doente, isto é preocupante. E quando nós perguntamos qual a capacidade que sentem de suturar uma ferida do couro cabeludo como esta que estamos a falar, 86% dos estudantes dizem que se sentem com muito pouca capacidade para o fazer”.
Para suprir essa lacuna Miguel Nunes e David Angelo criaram um kit que comercializam online desde 2011 e que vão agora comercializar noutros canais através de parcerias com as associações de estudantes “a ideia é as associações terem os kits à venda nas suas lojas dentro das faculdades”.
O kit de iniciação à técnica cirúrgica que o autor classifica de “leve, útil, prático e portátil” é destinado exclusivamente aos estudantes de medicina, internos complementares, mas também a estudantes de outras áreas médicas como medicina dentária, veterinária ou enfermagem.
