Valorização do lixo gera um milhão de receitas por ano no Nordeste Transmontano

O lixo produzido no Nordeste Transmontano está a gerar receitas anuais de um milhão de euros através de projetos de valorização dos resíduos que transformaram o aterro sanitário num parque ambiental, divulgaram os responsáveis.

A partir dos resíduos é produzida energia, compostos e desenvolvidos processos de aproveitamento que geram receita e evitam que metade do lixo produzido na região seja depositado no aterro, como explicou à Lusa Paulo Praça, diretor da Resíduos do Nordeste.

A empresa intermunicipal, detida a cem por cento pelas autarquias, faz 12 anos e um balanço em que destaca os objetivos ambientais alcançados “com sustentabilidade económica e financeira” apoiada nos resultados líquidos positivos e investimentos superiores a 20 milhões de euros para “melhorar o ambiente” na região.

A Resíduos do Nordeste nasceu da articulação de 13 municípios, doze do distrito de Bragança, mais o de Vila Nova de Foz Côa, na Guarda, que aproveitaram como solução comum para tratamento dos resíduos, o aterro sanitário de Urjais, em Mirandela.

O aterro existe há quase 20 anos e a sua capacidade está longe de se esgotar graças, como realçou o diretor da Resíduos do Nordeste, aos projetos desenvolvidos como a unidade de tratamento mecânico e biológico.

Segundo explicou, só é depositado no aterro o que não tem aproveitamento, mesmo que as pessoas não façam a seleção do lixo em casa.

Nesta unidade aproveita-se a matéria orgânica e separam-se os resíduos recicláveis como plásticos e vidros para encaminhar para os canais próprios de reciclagem.

Este processo “reduziu em 50 por cento” o que vai para o aterro”, garantiu o diretor, explicando desta forma a longevidade daquela equipamento.

Com o tratamento e valorização dos resíduos é gerada receita, assim como com captação do biogás gerado pela decomposição dos resíduos no aterro, que produz energia vendida à rede nacional com proveitos “na ordem dos 250 mil euros anuais”.

As receitas próprias geradas pelos diferentes projetos não cobrem os custos de operação numa região com menos de 144 mil habitantes dispersos por quase sete mil quilómetros quadrados, como indicou o responsável.

Com um volume de negócios na ordem dos 6,5 milhões anuais, o grosso da operação é suportado pela fatura cobrada pelos municípios ao consumidor.

Apesar das particularidades da região, o diretor da Resíduos do Nordeste garantiu que a tarifa cobrada “não é das mais altas, nem das mais baixas do país”, com um valor de “33 euros por tonelada”.

O setor é responsável por cerca de 200 postos de trabalho e, em 12 anos, a empresa recolheu mais de 6722 toneladas de resíduos provenientes da recolha indiferenciada e 38 mil da recolha seletiva em 14 ecocentros e 616 ecopontos.

A Resíduos do Nordeste aposta também em planos de sensibilização junto da população, sublinhando a importância do contributo de todos os cidadãos nesta matéria.


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