Em declarações prestadas hoje à agência Lusa, o presidente da Câmara de Miranda do Douro, Artur Nunes, disse que no futuro o Douro terá de ser encarado como um todo, sem divisórias nem mapas com indicações “erradas”, num mesmo patamar. “Quando se ouve falar no Douro, apenas se fala no Douro Vinhateiro. Ainda há alguns mapas que dão a ideia de que o Douro entra em Portugal em Barca d’ Alva. Mas não. O rio entra em Portugal por Miranda do Douro, cerca de 122 quilómetros mais acima. Por este motivo, há que fazer ligação do Douro Vinhateiro com o Parque Natural do Douro Internacional (PNDI) e aproveitar todo o potencial”, sublinhou. Os quatro autarcas da área portuguesa do PNDI – Miranda do Douro, Mogadouro, Freixo de Espada à Cinta e Figueira de Castelo Rodrigo – pretendem que o turismo que está ser canalizado pelos operadores para a região de Salamanca venha pelo Douro acima até ao seu ponto de fronteira. “O que estamos a tentar dizer é que o rio Douro não seja promovido apenas na sua parte vinhateira, mas igualmente em toda extensão das arribas que dividem o território português do espanhol, aproveitando todo o seu potencial natural, no que respeita as paisagens, fauna e flora “, frisou. Para os autarcas do território das Arribas do Douro seria importante que a Comissão de Coordenação Regional do Norte (CCDR-N) tivesse a “visão de um Douro integrado e não um Douro individual”. “Já tentámos sensibilizar o presidente da Entidade Regional do Turismo do Norte (ETPN) que não se pode apenas promover o Douro Vinhateiro sem que a parte a montante seja igualmente promovida”, enfatizou o autarca. Artur Nunes disse que começa a surgir uma nova perspetiva turística em torno do Douro Internacional e que cada mais há empreendimentos turísticos a surgir nesta a região, desde os passeios de barcos à observação da fauna e flora, que são complementados com a gastronomia, vinhos e outros produtos endógenos. Desta forma, as quatro autarquias que fazem parte da área protegida do PNDI querem acrescentar valor a este território “único”. Por seu lado, o presidente da CCDR-N, Emídio Gomes, disse que vai sensibilizar a ETPN e outras entidades que intervêm sobre o território para a importância de um “recurso endógeno” como é Douro Internacional. “Há um compromisso emprenhado da Comissão de Coordenação na promoção do destino Douro Internacional como uma continuidade natural do Douro Vinhateiro” declarou o responsável.