Greve dos funcionários judiciais paralisa Tribunal da Guarda

Fonte: http://www.fe.unb.br/noticias/sucessao-justica-derruba-liminar-da-adunb-e-mantem-consulta-informal-e-paritaria/image

A greve dos trabalhadores afetos ao Sindicato dos Funcionários Judiciais (SFJ) levou hoje à paralisação do Tribunal da Comarca da Guarda, onde estão em greve 35 dos 38 funcionários, disse à agência Lusa fonte judicial.

“Dos 38 funcionários estão três a trabalhar. Está tudo parado. [O Tribunal] só não está é fechado. Os três funcionários que não estão em greve estão em serviços mínimos”, indicou a fonte. Acrescentou que no Tribunal de Trabalho, que funciona no edifício em frente do Palácio da Justiça, os serviços encontram-se fechados “porque os cinco funcionários estão todos em greve”. No Tribunal Judicial não existem contratempos com audiências porque “não há julgamentos marcados” para o dia de hoje, segundo a fonte. A Lusa constatou no local que a greve apanhou alguns utentes de surpresa, como Teresa Coelho, moradora no concelho de Pinhel, que entrou no edifício pelas 10h30 e foi informada que no dia de hoje não podia tratar de assuntos relacionados com a justiça. “Vim de propósito, de Pinhel, para buscar um requerimento. Vou ter que esperar e que voltar novamente. Para mim é um contratempo porque, apesar de o assunto não ser urgente, já tinha vindo uma outra vez e disseram-me que não tinham sistema e, agora, deparo com isto”, explicou. Teresa Coelho disse compreender a greve dos funcionários judiciais, alegando que “cada um luta pelos seus direitos”, mas questiona: “Acha que se resolve alguma coisa? É só para entreter porque quem manda é que dita as ideias”. Minutos antes esteve lá um jovem casal para obter um Registo Criminal urgente e teve que procurar uma alternativa. O advogado Tiago Gonçalves, com escritório na Guarda, também se dirigiu ao Palácio da Justiça, pelas 10:15, com o objetivo de consultar um processo e de levantar um CD com a gravação de um julgamento para efeitos de recurso. “Já contava mais ou menos com esta situação”, disse à Lusa após ter conhecimento que os serviços não estavam a funcionar no dia de hoje devido à greve. Tiago Gonçalves explicou que o assunto “não é urgente”, mas não o tratando hoje origina transtorno e só o poderá resolver na segunda-feira. “Adiro inteiramente aos fundamentos da greve dos funcionários. A Justiça está parada e não havia motivos para isso. A ministra está sempre a dizer que isto [a nova organização judiciária] está a funcionar, mas não está a funcionar na sua grande maioria, pondo em causa o trabalho de todos os operadores judiciários”, afirmou. Os trabalhadores afetos ao SFJ cumprem hoje um dia de greve nacional em protesto contra a desconsideração de que foram alvo na nova organização judiciária e para exigirem mais funcionários judiciais. A greve, que contempla também um dia de paralisação em cada uma das 23 comarcas da reorganização judiciária, foi anunciada no passado dia 04 pelo presidente do SFJ que considerou “necessário dizer basta” na greve nacional e nas paralisações diárias, que começam a 01 de outubro, nos Açores.


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