João Semedo falava aos jornalistas, na sequência de uma visita que realizou às unidades hospitalares do interior do país, nomeadamente ao Hospital de Castelo Branco, da Covilhã e da Guarda.
No Centro Hospitalar Cova da Beira, o coordenador do Bloco de Esquerda mostrou a sua preocupação relativamente às consequências dos cortes orçamentais nestas unidades, afirmando que estes três hospitais do interior “são vítimas de duplo prejuízo: a discriminação de todos os serviços públicos do interior, à qual se acrescenta uma segunda discriminação que são os cortes do Serviço Nacional de Saúde (SNS). Estes cortes têm prejudicado o progresso que se vinha verificando nestes três hospitais e portanto a primeira palavra é de contestação para estes cortes”. João Semedo defendeu que é “necessário travar esses cortes nos hospitais e por outro deve impedir-se que a portaria que o Governo aprovou desqualifique os hospitais do interior, retirando-lhes valências, sobretudo as que são essenciais, como é o caso das maternidades ou dos serviços de pediatria, que são duas especialidades rainhas do SNS de qualquer unidade hospitalar. Portanto levanto a minha voz para alertar e protestar contra qualquer tentativa de o Governo fechar qualquer uma dessas valências”.
João Semedo mostrou também preocupação relativamente às consequências que um “eventual corte de valências nos hospitais da região” possa implicar para a Faculdade de Medicina da Beira Interior, “a qual tem um sistema de ensino muito moderno”, conforme enalteceu. “Quando se fala em defender estes hospitais e estas valências fala-se também e por uma segunda razão em preservar o ensino das ciências da saúde na Universidade da Beira Interior”, sublinhou.
Outra das preocupações prende-se com o facto de não estarem a ser contratados profissionais para os hospitais e garantiu que o argumento da falta de especialistas não pode ser aceite, pois isso não se verifica no caso dos enfermeiros. Sobre os médicos e as medidas especiais para fixar esses profissionais no interior, criticou o facto de “até hoje nenhum ministro, nenhum ministério e nenhum governo” terem tido “coragem de o fazer”.