Vítor Aguiar e Silva venceu o Prémio Vasco Graça Moura-Cidadania Cultural

Investigador, natural de Penalva do Castelo diz que prémio é “uma honra”.

O investigador e escritor natural da aldeia de Real, em Penalva do Castelo, Vítor Aguiar e Silva venceu o Prémio Vasco Graça Moura-Cidadania Cultural.

O júri, que foi presidido por Guilherme d’Oliveira Martins, escolheu por maioria Aguiar e Silva, antigo vice-reitor da Universidade do Minho, referindo que é um “exemplo de cidadania cultural”. Em ata, o júri destacou o “percurso incomum” de Aguiar e Silva, “nos domínios da Teoria Literária”.

Aguiar e Silva, de 78 anos, disse à Rádio Jornal do Centro que “é uma honra vencer este prémio não só pelo valor intrínseco do prémio e porque tem um nome de um grande homem da cultura e literatura portuguesas. Graça Moura foi muito meu amigo”, conta. Este penalvense tem-se dedicado à investigação da Literatura Portuguesa dos períodos maneirista (século XVI), barroco (século XVIII) e modernista (primeira metade do século XX) e ao estudo da Teoria da Literatura.

O investigador natural de Real publicou, entre outros livros, “Camões: Labirintos e Fascínios”, “Teoria da Literatura”, “A Lira Dourada e a Tuba Canora” e “Jorge de Sena e Camões. Trinta Anos de Amor e Melancolia”.

O escritor recebeu várias distinções, entre as quais o Prémio Vergílio Ferreira, atribuído em 2002 pela Universidade de Évora, e o Prémio Vida Literária, da Associação Portuguesa de Escritores, em 2007.

O laureado foi um dos signatários da petição “Em Defesa da Língua Portuguesa contra o Novo Acordo Ortográfico”, ao lado de Vasco Graça Moura (1942-2014).

O Prémio Vasco Graça Moura-Cidadania Cultural, no valor de 40.000 euros, foi instituído pela Estoril-Sol, em parceria com a Editora Babel, tendo sido atribuído pela primeira vez em 2016.

O investigador e académico viseense Fernando Paulo Baptista comentou que este prémio entregue a Aguiar e Silva é “justo”, frisando ser um “admirador profundo” do trabalho desenvolvido pelo professor que considera seu cúmplice.

Também Marcelo Rebelo de Sousa elogiou o trabalho desenvolvido pelo penalvense. “Professor e investigador de créditos firmados, autor da mais importante obra portuguesa de ‘Teoria da Literatura’, estudioso de Camões e dos seus ‘labirintos e fascínios’, Aguiar e Silva esteve ligado” às universidades de Coimbra e do Minho, “e tem um sólido percurso de ‘cidadania cultural’, colaborando com instituições e iniciativas de defesa da literatura e da língua portuguesas”, afirma o Presidente da República.


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