O único hotel da cidade do Sabugal vai fechar as portas no último dia do mês de janeiro por “falta de movimento”, disse hoje à agência Lusa o empresário Manuel Joaquim Rito.
«Já negociámos com os trabalhadores, está tudo acordado, e vamos fechar no fim do mês», declarou o proprietário da unidade hoteleira Raihotel – Albergaria Santa Isabel, com quatro estrelas, localizada no centro da cidade e que emprega 11 pessoas. O empresário Manuel Joaquim Rito referiu que a decisão é motivada pela atual crise económica que afeta o país e por estar a «perder dinheiro constantemente» devido à «falta de movimento». A empresa que gere o hotel «ficou completamente descapitalizada e os sócios também não podem estar todos os dias a pôr dinheiro para uma empresa que não consegue viabilizar o negócio», disse. «Com a crise económica que se implantou no país, com o problema [introdução de portagens] das SCUT (vias sem custos para o utilizador), o interior [do país] cada vez ficou mais interior. A crise é que é a culpada disto tudo», afirmou o empresário. Referiu que a taxa de ocupação da unidade hoteleira com 47 quartos duplos e quatro “suites” é atualmente «muito reduzida» e as receitas obtidas com o movimento não chegam «para as despesas gerais» com o seu funcionamento. Perante esta situação, o empresário decidiu fechar o hotel, admitindo que o encerramento possa ser «provisório» e que ocorra «talvez durante um ano», após a crise ter passado. «Segundo diz o Governo, este ano será o pior e no caso de as coisas começarem a melhorar, estamos com esperança de abrir em maio do próximo ano», disse, recordando que o Raihotel abriu as portas há dez anos e representou um investimento de 2,5 milhões de euros. O presidente da Câmara Municipal do Sabugal, António Robalo, considera o fecho do hotel de quatro estrelas como uma «perda» para este município localizado junto da fronteira com Espanha. «É uma perda para o concelho, que espero que não seja perpétua, que seja apenas temporária», declarou à agência Lusa. O autarca referiu que a cidade do Sabugal ficou sem a «principal» unidade de alojamento que «servia de suporte» para albergar turistas e os participantes em grandes eventos realizados no concelho. Mostrou-se preocupado por o município ficar limitado na sua oferta hoteleira e também pela «perda direta de postos de trabalho, que são sempre de lamentar», numa zona do país onde as ofertas de emprego são escassas.