Ucrânia: Câmara da Guarda cria Gabinete de Crise para apoiar refugiados

O município da Guarda criou um Gabinete de Crise para apoio aos refugiados ucranianos e disponibiliza, no imediato, uma capacidade para acolher 125 pessoas, anunciou esta segunda-feira o seu presidente.

O Gabinete de Crise foi criado pela autarquia da Guarda “colaborando numa estratégia humanitária e de acolhimento dos refugiados ucranianos que queiram vir para Portugal, em articulação, naturalmente, com o Ministério do Trabalho, da Solidariedade e da Segurança Social, com a senhora ministra Ana Mendes Godinho, com a qual tive já alguma conversa ao telefone”, disse esta segunda-feira o autarca Sérgio Costa (Movimento Pela Guarda) aos jornalistas, no final da reunião quinzenal do executivo municipal.

“Neste momento, disponibilizámos, já no imediato, a capacidade para acolher 125 pessoas, com a colaboração da Movijovem através da Pousada da Juventude e da Diocese da Guarda, que prontamente nos indicou o Centro Apostólico e o Seminário da Guarda e outros espaços, para alojar, desde já, os refugiados ucranianos que manifestem a sua vontade de vir para o concelho da Guarda”, adiantou.

Segundo o autarca, no espaço de uma semana, a capacidade de alojamento “poderá duplicar, pode chegar até às 250 pessoas” e “esta semana chegará já o primeiro grupo de refugiados à Guarda”.

A autarquia está a trabalhar, em estreita articulação com a Associação Empresarial NERGA, “que se disponibilizou para, junto das suas empresas associadas, indagar a possibilidade de acolher estes refugiados com uma oferta de emprego no imediato”.

“Tal como com o Instituto Politécnico da Guarda que também se solidarizou com esta iniciativa, prontificando-se para receber estudantes universitários ucranianos que aqui queiram continuar os seus estudos”, acrescentou.

Na área da Saúde, Sérgio Costa indicou que a Unidade Local de Saúde da Guarda “está com as suas portas abertas para prestar os cuidados de saúde necessários aos refugiados”.

O Gabinete de Crise para apoio aos refugiados ucranianos funcionará em conjunto com a Cáritas Diocesana da Guarda “que irá organizar e canalizar toda a ajuda necessária”.

As corporações de Bombeiros Voluntários da Guarda, Gonçalo e Famalicão, juntamente com a Cruz Vermelha “também disponibilizaram os seus serviços para esta causa”, indicou.

“A Guarda é e será sempre solidária”, rematou o autarca, indicando que, na terça-feira, o executivo que lidera marcará presença numa vigília pela paz na Ucrânia que está marcada para as 21:00, para a Praça Luís de Camões.

O vereador do PSD, Carlos Chaves Monteiro, disse que na atual situação verificada na Ucrânia, “a Guarda deve ter iniciativas como aquelas que foram apresentadas pela Câmara Municipal”, assumindo que “estar na primeira linha é um pressuposto essencial”.

Para Luís Couto, vereador do PS, a criação do Gabinete de Crise “é uma medida muito positiva” e “pode ser importante para aqueles que neste momento precisam de ser ajudados”.

A Rússia lançou na quinta-feira de madrugada uma ofensiva militar na Ucrânia, com forças terrestres e bombardeamento de alvos em várias cidades, que já mataram mais de 350 civis, incluindo crianças, segundo Kiev.

A ONU deu conta de mais de 100 mil deslocados e quase 500 mil refugiados na Polónia, Hungria, Moldova e Roménia.


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