Duas entidades ligadas aos setores dos transportes e restauração pedem uma redução do preço das portagens na A23. Numa carta aberta envida ao diretor geral da SCUTVIAS-CAM, Pinho Martins, defendem que esta autoestrada que liga a Guarda a Torres Novas, servindo as principais cidade da Beira Interior, não está a dar à região o impulso que a sua construção prometeu e lembram que há troços da via que são mais caros que parcelas da A1.
Há dois exemplos avançados na missiva que a AHRESP – Associação da Hotelaria, Restauração e Similares de Portugal e a ANTRAL – Associação Nacional os Transportes Rodoviários e Automóveis Ligeiroremeteram ao concessionário da A23, com conhecimento para outras 22 entidades. “O percurso de cinco quilómetros entre a Soalheira e Castelo Novo custa a absurda quantia de 1,05 euros, ou seja, 21 cêntimos por cada quilómetro percorrido. A alternativa são seis quilómetros de estrada nacional (EN 18), cheia de curvas e contracurvas apertadas e a travessia de uma ponte onde só passa uma viatura pesada de cada vez”, lembram, acrescentando: “Esta política, de verdadeira punição da população da Beira Baixa, atinge a sua expressão máxima – deveríamos talvez dizer a sua aberração máxima – no facto de os 110 quilómetros entre Castelo Branco Sul e Torres Novas custarem 9,30 euros, ao passo que os 100 quilómetros de A1, com três faixas de rodagem, entre Torres Novas e Lisboa custam apenas 6,05 euros, ou seja, 30 por cento menos”.
Esta realidade conduz à intensidade de tráfego na A23 “reduzida” e, ainda de acordo com os promotores da carta aberta, “os habitantes e empreendedores da região, bem como as crianças em idade escolar que frequentam escolas longínquas, são literalmente encurralados numa N18”, uma via que é vista como “um pesadelo ao nível da segurança, e da sinistralidade rodoviária, com elevado número de acidentes, muitas vezes mortais”.
Na carta, são recordadas declarações feitas a órgão de informação regional, já este ano, pelo diretor geral da SCUTVIAS onde era dito que a redução do preço da passagem da A23 estava a ser estudada.
“Reconhecemos que os estudos que referiu à imprensa possam ser complexos e que levem o seu tempo. Porém, formulámos os mais enérgicos votos para que eles fiquem concluídos rapidamente e se traduzam numa efetiva redução do preço das portagens”, é pedido a AHRESP e ANTRAL.
Os subscritores da missiva remeteram o documento para entidades como a Presidência da República, Ministério da Economia e secretarias de Estado dos Transportes e do Turismo. Grupos parlamentares, autarquias servidas pela A23 e o presidente da Comissão Europeia, Jean Claude Junker, também receberam a Carta Aberta, segundos os seus promotores.