O presidente daquela estrutura, Carlos Cortes, confirmou a demissão de três dirigentes na ULS/Guarda: o coordenador do bloco operatório, o coordenador da cirurgia do ambulatório e da responsável da área cirúrgica.
Segundo o responsável da Secção Regional do Centro da Ordem dos Médicos, as demissões foram comunicadas após uma reunião realizada na semana passada com o Conselho de Administração daquela unidade, presidido pela médica Isabel Coelho Antunes.
Carlos Cortes disse que “têm surgido problemas nestas áreas [onde ocorreram as demissões]” e “há uma tentativa de resolução destes problemas com o Conselho de Administração, mas como as coisas não estão a resultar, estes responsáveis apresentaram a sua demissão do cargo”.
Explicou que os três elementos demissionários “mantêm a sua atividade clínica em pleno, mas decidiram pôr o seu lugar à disposição, decidiram demitir-se”.
“Isto não é nada que surpreenda a Ordem dos Médicos. A Guarda está a viver, já há algum tempo, uma situação absolutamente explosiva com gravíssimos problemas e, problemas esses que, infelizmente, têm sido desvalorizados pela tutela, pelo Ministério da Saúde, que não tem tido uma ação consequente para resolver todas as situações que já por várias vezes foram reportadas, inclusivamente pela Ordem dos Médicos”, disse.
Referiu que aquela estrutura, percebendo que a situação na ULS/Guarda estava a atingir “o limite”, decidiu esta semana marcar para 19 de outubro uma reunião com todos os diretores de serviço da ULS da Guarda e todos os responsáveis médicos.
“Porque percebemos efetivamente que o acumular de problemas sem resolução e com o impacto que está a ter sobre os cuidados de saúde para os doentes e a falta de condições para os profissionais de saúde poderem trabalhar e os diretores de serviço poderem, digamos, organizar a atividade dos seus serviços, levou-nos, com alguma antecipação, a marcar esta reunião para 19 de outubro”, justificou.
A reunião servirá “para fazer um ponto de situação” e também para discutir que medidas tomar.
Para Carlos Cortes, as três demissões resultam da “situação explosiva” que se vive na ULS/Guarda e, em sua opinião, o Ministério da Saúde “tem obrigação de dar uma maior atenção à situação”.
Referiu ainda que “há situações limite em vários serviços, há diretores de serviço que têm grande dificuldade em manter o nível de assistência adequado” e “há questões até de segurança dos doentes que estão a ser postas em causa”.
“São situações absolutamente dramáticas que obrigaram a esta intervenção inédita da Ordem dos Médicos nestes últimos anos que é a de convocar todos os diretores e responsáveis médicos pela instituição para fazer um ponto de situação e para ver que posições poderão ser tomadas”, concluiu.
O Conselho de Administração da ULS da Guarda remeteu para mais tarde eventuais esclarecimentos da situação.