Trancoso integra rede de Campos de batalha “decisivos” da História de Portugal

Campos de batalha “decisivos” da História de Portugal vão ser pontos de interesse cultural.

Seis campos de batalhas portugueses estão a ser preservados e classificados como monumento nacional para atrair visitantes a locais ligados a “acontecimentos decisivos” da História de Portugal, anunciou hoje o presidente da Fundação Batalha de Aljubarrota.
Segundo Alexandre Patrício Gouveia, “estes locais estavam também meio abandonados, porque não havia uma proteção à paisagem”, acrescentando que está a ser criada uma “rede dos principais campos de batalhas portugueses, que poderão ser visitados em conjunto”.

“Estamos prestes a ter seis campos classificados como monumento nacional, portanto é uma garantia que os portugueses têm, que estas paisagens, que são únicas e insubstituíveis, já mais poderão ser destruídas. Terão que ser preservadas pelo simbolismo que têm, que foi o terem sido palco de acontecimentos decisivos da nossa história”, afirmou o responsável da Fundação Batalha de Aljubarrota.
Os campos de batalhas a serem visitados são os locais onde decorreram a Batalha dos Atoleiros (1384), a Batalha de Trancoso (1385), a Batalha de Aljubarrota (1385), a Batalha das Linhas de Elvas (1659), a Batalha do Ameixial (1663) e a Batalha de Montes Claros (1665).

A preservação e classificação destes campos de batalhas portuguesas têm sido um trabalho conjunto da Fundação Batalha de Aljubarrota (FBA), das Câmaras Municipais, do Exército Português e do Ministério da Cultura, referiu Alexandre Patrício Gouveia.
“A pouco e pouco estamos a conseguir dotar estes seis locais de condições para receberem e terem a curiosidade do público”, afirmou o responsável da FBA, explicando que tem sido feitos trabalhos ao nível da colocação de sinalética e painéis nas autoestradas para acesso aos locais, assim como trabalhos de arqueologia, criação de centros de interpretação e investigação sobre as batalhas e o contexto político em que decorreram.

O presidente da FBP reforçou que estes campos de batalhas são “locais extraordinariamente importantes para os portugueses”, frisando que “é uma garantia que os portugueses têm, nesta e nas próximas gerações, que estes locais serão sempre preservados para que possam ser visitados”.
“Hoje em dia à medida que as populações vão tendo mais nível cultural e mais nível de educação e com mais escolaridade, uma das consequências, natural, é o maior interesse e curiosidade para saber como é que acontecerem acontecimentos que foram determinantes para a sua história e mesmo para a história da Europa”, considerou.
Para Alexandre Patrício Gouveia, o interesse por visitar locais históricos “é uma indústria que está em crescendo e que vai continuar nos próximos anos”, defendendo que os portugueses têm que saber dotar os locais que foram historicamente importantes para o país “com as condições de atratividade para que todos os visitantes se sintam lá bem e sintam que tem um valor acrescentado em termos de informação e em termos de aquisição de conhecimento”.

Em relação ao investimento nesta rede de campos de batalhas, o responsável da FBP disse que não existe um orçamento estipulado para todos os locais, explicando que os trabalhos são feitos de forma gradual.
Até ao momento, o maior investimento realizado foi no campo de Batalha de Aljubarrota, em cerca de 10 milhões de euros, utilizado para a construção de um centro de interpretação e para a dotação de conteúdos multimédia, informou.
O campo de Batalha dos Atoleiros é o único que ainda não foi classificado de monumento nacional, estando o processo em curso.


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