Sindicatos de Castelo Branco prometem contestação se não houver redução nos passes

A União de Sindicatos de Castelo Branco (USCB) exigiu que a CIM das Beiras e Serra da Estrela reponha os descontos nos passes sociais de transportes e avisou que adotará formas de luta se isso não acontecer.

A União de Sindicatos de Castelo Branco (USCB) exigiu que a CIM das Beiras e Serra da Estrela reponha os descontos nos passes sociais de transportes e avisou que adotará formas de luta se isso não acontecer.

Em comunicado, a organização sindical mencionou o reforço extraordinário, à Comunidade Intermunicipal das Beiras e Serra da Estrela (CIM-BSE), de 1,2 milhões de euros, para o financiamento dos serviços públicos de transporte de passageiros e a informação que lhe chegou de que essa verba “será para financiar as empresas e não os utentes dos transportes”.

O coordenador da União dos Sindicatos, Sérgio Santos, afirmou, na mesma nota, que o articulado do despacho sobre esse reforço da verba “é ambíguo” e sublinhou que, a ser destinada às empresas, a CIM-BSE confirmará “que tira aos pobres para dar aos ricos”.

“A ser assim, o Governo e a CIM-BSE ampliarão o esbulho que está a ser feito aos utentes de transportes públicos do Interior, já que o Programa de Apoio à Redução Tarifária (PART) se destina ao financiamento da redução tarifária e o PROTransP serve para o financiamento das empresas de transportes públicos”, sublinhou Sérgio Santos.

A organização sindical considerou estar perante “mais um atentado ao orçamento familiar das populações” da região e “vem de forma categórica exigir que a CIM-BSE canalize o milhão e duzentos mil euros, que vai receber adicionalmente, para a redução do preço dos passes dos transportes públicos nos concelhos por si abrangidos”.

“Caso o reforço de 1,2 milhões de euros vá, imoralmente, para as empresas, a CIM-BSE passa a ter os valores que recebe normalmente disponíveis e estes devem ser usados para financiar os passes dos transportes públicos”, sustentou o coordenador da USCB, na mesma nota.

A estrutura sindical afirmou que esta será uma causa que levará “até às últimas consequências” e alertou que serão definidas ações de protesto, se não se verificar a redução do preço dos passes dos transportes públicos.

Em setembro de 2020, a CIM-BSE alterou o apoio à aquisição de passes de transporte, passando a conceder um desconto de 50% do preço, “mas limitado a pessoas em situação de carência económica que terá de ser comprovada pela câmara municipal da área de residência”.

Até essa altura, a CIM-BSE apoiava em 40% do seu preço a aquisição de passes normais e, em 60%, nos casos em que o utilizador tivesse mais de 65 anos ou menos de 23.

A CIM-BSE é constituída por 15 municípios, sendo 12 do distrito da Guarda (Almeida, Celorico da Beira, Figueira de Castelo Rodrigo, Fornos de Algodres, Guarda, Gouveia, Manteigas, Meda, Pinhel, Seia, Sabugal e Trancoso) e três do distrito de Castelo Branco (Belmonte, Covilhã e Fundão).


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