Sindicato Independente dos Médicos preocupado com falta de investimento na ULS da Guarda

Segundo o sindicato, na ULS da cidade mais alta do país “faltam médicos de família, imagiologistas, cardiologistas, ortopedistas e mais uma ‘mão cheia’ de médicos de outras especialidades”.

O Secretariado Regional do Centro do Sindicato Independente dos Médicos (SIM) manifestou hoje “a sua preocupação quanto à falta de investimento” na Unidade Local de Saúde (ULS) da Guarda e defende a contratação de mais profissionais.

O SIM adianta, em comunicado que, na sexta-feira, promoveu uma reunião de esclarecimento sindical para todos os médicos adstritos à ULS da Guarda “e não pode deixar de manifestar publicamente a sua preocupação quanto à falta de investimento na Saúde”, na instituição.

“Responsável pela assistência médica a mais de 140.000 habitantes, distribuídos por uma zona montanhosa de 5.500 km2, a ULS da Guarda não dispõe de um corpo clínico adequado”, refere a nota enviada à agência Lusa.

Segundo o sindicato, na ULS da cidade mais alta do país “faltam médicos de família, imagiologistas, cardiologistas, ortopedistas e mais uma ‘mão cheia’ de médicos de outras especialidades, colocando em risco a saúde, e frequentemente, a vida dos doentes”.

“São vários os dias em que no Serviço de Urgência do Hospital de Sousa Martins (Guarda), não existe um único ortopedista escalado, obrigando à transferência de doentes com patologia ortopédica ou traumatizados para outros hospitais, como o da Covilhã e o de Viseu, com prejuízo e risco para os utentes”, adianta.

O SIM também refere que, desde dezembro de 2021, a Viatura Médica de Emergência e Reanimação (VMER) “esteve com frequência inoperacional em mais de 25% do tempo”.

Em média, “um dia por semana não existe VMER simultaneamente na Guarda, Covilhã e Castelo Branco”, lê-se.

Ao nível dos Cuidados de Saúde Primários “a situação repete-se”: “Nos próximos dois anos é esperada a aposentação de um número elevado de médicos de família. A sua não substituição levará a que uma parcela significativa da população fique sem médico de família”.

Para a direção do SIM/Centro, o exemplo da ULS da Guarda “é a realidade repetida em muitos outros locais de Portugal, com a agravante de, tratando-se de uma região com fracos recursos económicos, não ser atrativa para os prestadores privados de cuidados de saúde, que possam suprir as carências médicas no distrito”.

“O direito à saúde é um direito humano básico, fator de progresso social e económico. Torna-se, assim, urgente reorganizar os serviços de saúde e contratar mais médicos para a ULS da Guarda, por forma a assegurar cuidados adequados aos seus 140.000 utentes”, remata o Secretariado Regional do SIM/Centro.

Contactada pela agência Lusa, a administração da ULS/Guarda não quis pronunciar-se sobre o teor do comunicado.


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