Rastreio em lares: Programa tem capacidade para quatro mil testes diários

O programa nacional já integra 23 instituições de ensino superior e, até ao momento, foram formalizados nove protocolos.

O programa de rastreamento à covid-19 em lares de idosos já tem uma capacidade instalada para quatro mil testes diários e deverá chegar aos cinco mil na próxima semana, disse ontem a ministra do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social.


“Neste momento, as universidades e politécnicos já conseguem produzir quatro mil testes por dia e, com aquilo que está previsto, chegaremos aos cinco mil testes diários, até ao final da próxima semana”, disse Ana Mendes Godinho.

A governante falava na Covilhã, distrito de Castelo Branco, onde participou na sessão de assinatura do protocolo de parceria com a Universidade da Beira Interior (UBI) que tem como objetivo a realização de testes aos profissionais e utentes dos lares da Cova da Beira (Belmonte, Covilhã e Fundão).

A visita contou igualmente com a presença dos ministros da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, Manuel Heitor, e da ministra da Coesão Territorial, Ana Abrunhosa, tendo começado com uma passagem pelo Centro Hospitalar Universitário da Cova da Beira e pela empresa Labfit, que são entidades parceiras na concretização daquele laboratório de testes académico.

No total, segundo revelou Ana Godinho Mendes, o programa nacional já integra 23 instituições de ensino superior e, até ao momento, foram formalizados nove protocolos com o objetivo de garantir o rastreamento junto dos profissionais dos lares e dos utentes que apresentem sintomas.

“A prioridade de proteger as populações mais vulneráveis e neste momento os lares são verdadeiramente uma das nossas prioridades em termos de proteção dos idosos porque sabemos que mais de 50% dos idosos em lares têm mais de 80 anos e portanto é uma população extremamente vulnerável, além de terem muitos profissionais”, apontou, informando que os testes começam pelos profissionais dado que são estes que têm contacto com o exterior.

Sublinhando a importância do programa para ajudar a isolar as situações e minimizar o risco de contágio, salientou ainda que o rastreio avança em simultâneo com um “plano de retaguarda” para o isolamento e quando há garantias de implantação de planos de contingência, tendo nesse ponto destacado o “envolvimento e articulação” de todos os municípios.

A mobilização e “esforço coletivo” das equipas das universidades e politécnicos e de toda a comunidade científica foi outro dos aspetos ressalvado por Manuel Heitor, que deu o exemplo da UBI para lembrar a “rapidez” com que a resposta para a criação destes laboratórios académicos que foi dada.

“Esta rede nacional, que se montou de uma forma voluntária nas últimas três semanas, tem hoje uma relevância particularmente grande, do Algarve a Bragança, passando obviamente pelos principais laboratórios de Lisboa e do Porto”, disse o ministro.

O Programa de testes de diagnóstico ao vírus SARS-CoV-2 em lares de idosos, promovido pelo Ministério do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social em articulação com o Ministério da Saúde, o Ministério da Coesão Territorial e as instituições de ensino superior, realizou já mais de 17 mil testes e pretende atingir os 70 mil no próximo mês.

A nível global, segundo um balanço da AFP, a pandemia de covid-19 já provocou quase 200 mil mortos e infetou cerca de 2,8 milhões de pessoas em 193 países e territórios.

Em Portugal, morreram 854 pessoas das 22.797 confirmadas como infetadas, e há 1.228 casos recuperados, de acordo com a Direção-Geral da Saúde.


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