O projeto Casa Floresta apresenta, de sábado ao dia 25, em quatro freguesias de Seia e Gouveia, na encosta da serra da Estrela, um ciclo de eventos para pensar o futuro da floresta através da iniciativa artística “à escuta”.
O objetivo é o de, através do resultado dos momentos de partilha do trabalho artístico e interdisciplinar, feito ao longo de vários meses, desafiar o público para debater as novas formas de conviver com a floresta, numa área fustigada por um incêndio em agosto de 2022.
O ciclo de eventos Casa Aberta tem início no sábado na Casa do Guarda dos Covões, em Balocas, Seia, onde é realizada a assembleia que pretende refletir sobre como conviver com a floresta.
No dia seguinte, domingo, é dinamizada, em Frádigas, também no concelho de Seia, uma caminhada e ação de controle de plantas invasoras.
No dia 17, na Casa da Cultura de Seia, é apresentado o espetáculo CasaFloresta e uma assembleia que “convida à partilha de ideias entre público, parceiros do projeto e comunidades das aldeias”, informou a organização, em comunicado enviado à agência Lusa.
“Num palco-floresta, entrelaçam-se os instrumentos de Joana Sá (piano e outros) e Luís J. Martins (guitarras variadas e outros) com recolhas áudio e gravações vídeo do realizador Lucas Tavares, realizadas no decorrer do projeto”, pormenorizaram os responsáveis.
Nos dias 24 e 25, o projeto volta a apresentar-se, com um conjunto de trabalhos, desta vez em Figueiró da Serra, no concelho de Gouveia.
“Um dos objetivos do nosso trabalho foi que CasaFloresta fosse um convite à escuta de diferentes territórios e que cruzasse vozes e perspetivas de dois lados da serra. Da mesma forma, vamos também adaptar as apresentações às realidades, questões e urgências específicas de cada lugar”, salientou, citada na mesma nota, Joana Sá.
Entre junho e setembro de 2022 o projeto à escuta: CasaFloresta, desenvolvido por Joana Sá, Luís J Martins, Corinna Lawrenz e Nik Völker, juntou comunidades de duas zonas da serra da Estrela e colaboradores de diversas áreas para pensar o futuro da floresta a partir de memórias das comunidades e dos seus desafios atuais, bem como a partir do confronto com trabalhos de pesquisa e práticas artísticas e ativistas de outros lugares.
“Destes encontros e das recolhas realizadas com o apoio do realizador Lucas Tavares, nasceram um espetáculo e uma instalação que estrearam, em dezembro de 2022, no Teatro do Bairro Alto, em Lisboa, levando as urgências do interior para os centros urbanos”, realçaram os promotores da iniciativa.