“Estamos a estudar, no quadro da Assembleia da República, confrontar o Governo para reduzir as condições de precariedade por que passam os trabalhadores de transporte de mercadorias”, disse David Costa à agência Lusa no final de uma ação dirigida aos camionistas, realizada no parque TIR de Vilar Formoso.
Segundo o deputado comunista, os cerca de 100 camionistas abordados na principal fronteira terrestre denunciaram a existência de “uma reversão nas suas condições de trabalho”.
“O que observámos hoje é os baixos salários, o não-cumprimento da contratação coletiva e o bloqueio à negociação. Assiste-se a uma grande degradação das condições de trabalho” dos profissionais do setor do transporte internacional, disse.
Indicou que os camonistas queixam-se que no estrangeiro, em determinadas situações, “ficam duas a três semanas sem que a identidade patronal assuma os compromissos” em termos de ajudas de custo.
Os profissionais queixam-se “de falta de dignidade na forma como são tratados” e “muitas vezes são abandonados à sua sorte”, acrescentou.
“Estes trabalhadores que foram contactados contam que algumas empresas não querem cumprir a cláusula que obriga ao pagamento de salário suplementar. É uma situação de degradação completa das condições de trabalho e é um quadro negro”, referiu à Lusa.
David Costa explicou ainda que o salário base dos camionistas “ronda o salário mínimo nacional” e esse valor é aumentado através de complementos como o pagamento ao quilómetro.
Indicou que os problemas verificados “são transversais” aos motoristas abordados em Vilar Formoso, embora “cada um com as especificidades das próprias empresas”.
O PCP contactou com motoristas em Vilar Formoso, no dia em estão impedidos de entrar em Espanha, na autoestrada A-62, entre Salamanca e Burgos, no período compreendido entre as 9 e as 21 horas (hora portuguesa), devido às festividades da Páscoa naquele país.