Recebe a designação de Master in Care and Technology e constitui-se como uma formação que quer estabelecer várias pontes. Começa logo com o consórcio que a está a desenvolver. São seis instituições de três países europeus: UBI, através das faculdades de Ciências da Saúde (FCS) e de Engenharia, três academias holandesas e duas finlandesas. E quanto à linha que define o conteúdo do mestrado ela pretende unir cuidados de saúde com tecnologia, seja na utilização dos equipamentos na prática diária dos profissionais, seja na forma como a indústria desenvolve novos dispositivos.
O projeto levou cerca de três anos a desenvolver e, ao que tudo indica, deverá arrancar no próximo ano letivo, preparando profissionais que intervenham em dois campos nem sempre coordenados.
Por um lado, destina-se a especialistas do campo da saúde mais sensíveis às questões da tecnologia que “possam compreender e melhorar a parte dos equipamentos pelo lado da saúde” e, por outro, de acordo com Miguel Castelo Branco, pelo lado das empresas dedicadas as esta área, que reconhecem ser preciso “perceber melhor quais é que são as necessidades e trabalhar “novas soluções”.
Miguel Castelo Branco é diretor do mestrado integrado em Medicina e um dos docentes envolvidos no projeto, da parte da FCS. Charles Willems é o coordenador do Master e recorre à sua experiência para explicar a ideia inicial.
Ligado à área da Biologia há duas décadas, tem “interesse na tecnologia e no apoio que esta pode prestar às pessoas para que vivam de forma independente”, como explicou na quinta-feira, dia 6, após a apresentação da formação na FCS.
Esta parte que diz respeito aos docentes e investigadores transfere-se para os destinatários do mestrado: médicos, enfermeiros, fisioterapeutas, profissionais de saúde ligados a instituições, mas também engenheiros informáticos. No caso daqueles que desempenham funções nos campo da medicina ou recuperação podem, depois, iniciar novas formas de tratamento ou desenvolvimento de cuidados, com recurso à tecnologia.
É usado com exemplo profissional de apoio domiciliário.
“Pense-se numa enfermeira a trabalhar ao domicílio. Tem que ir a casa do paciente todos os dias, ou pode usar a informação, monitorizando com tecnologia, para saber se a pessoa está em bom estado físico?”, explica o também docente da Zuyd, instituição de ensino de Maastricht, na Holanda.
20 A 30 VAGAS E MODELO BRANDED LEARNING
O mestrado deverá abrir com 20 a 30 vagas e vai assentar num modelo de branded learning, com material online, mas não exclui a ida dos alunos às instituições do consórcio, porque se pretende que os participantes também “aprendam com outras pessoas e em diferentes ambientes”, explica Charles Willems, sublinhando que os estudantes terão o apoio do especialista que melhor se adequarem ao seu trabalho.
O consórcio integra, além da UBI, as holandesas Fontys e Saxion e as finlandesas Samk e Tamuk. Na Covilhã, Miguel Castelo Branco, Ilídio Correia, director do 2º Ciclo em Ciências Biomédicas, e Nuno Garcia, docente do Departamento de Informática, são os principais rostos desta cooperação. A UBI terá um papel mais relevante nos conteúdos das áreas clinica, médica e Tecnologias da Informação e Comunicação.
A apresentação do mestrado decorreu após a realização da I Mostra de Tecnologias Inovadoras produzidas na Universidade da Beira Interior, que teve lugar durante a tarde, na Faculdade de Ciências da Saúde.