ICOVI e proprietários dos terrenos encetaram negociações para colocar a construção da albufeira num dos locais que anteriormente tinha sido analisado, mas não escolhido.
O tema apanhou de surpresa os partidos da oposição na CMC. Nuno Reis, Movimento Acreditar Covilhã (MAC), admite que só a discussão do ponto da ordem de trabalhos da reunião extraordinária do executivo despoletou o assunto: “Estamos a saber agora, pela urgência da presença de um dos membros do conselho de administração da ICOVI na reunião do executivo, deste diálogo com os proprietários. Se o diálogo existe é bom, mas também era bom que se desse conhecimento destas decisões aos vereadores porque são parte interessada. Este é um assunto que interessa à Covilhã no seu geral”, salienta o vereador do MAC.
O Movimento queixa-se da ausência de informação sobre a atividade das empresas municipais. De acordo com o autarca, ficou decidido que a partir de janeiro de 2015, membros das administrações das empresas tuteladas pelo município darão, nas reuniões do executivo, informações sobre o plano de atividades de cada uma.
Também o vereador da CDU não escondeu a surpresa com a informação da nova localização da albufeira
“Para nós é uma novidade. Chamei a atenção para a necessidade dos vereadores saberem atempadamente o trabalho que as diferentes empresas municipais estão a fazer. Entendo que a nova localização traduz o sentir de muitas pessoas que, como nós, achámos que não se devia ter entrado por um processo litigioso”, disse José Pinto.
Apesar do processo da construção da barragem não ter avançado, no atual Quadro Comunitário de Apoio, o presidente da autarquia garante que a câmara não tem parado para reiniciar o processo da construção da albufeira “um projeto muito importante para Covilhã. O Governo, nomeadamente o secretário de estado do ambiente, apoia este objetivo”, garante o edil covilhanense.
Vítor Pereira declara que depois de inviabilizada a localização da barragem no local A, mais a montante “e porque até os próprios estudos de impacto ambiental indicam, ao contrário do que era afirmado, que há maior viabilidade a jusante do sítio onde estava previsto”, a autarquia diz estar a trabalhar no sentido de implementar a albufeira no sítio B, que já tinha disso objetivo de análise e estudo.
Sem certezas de o conseguir, o presidente da CMC desejava lançar a obra no atual mandato: “Há esse desejo profundo, agora é um compromisso que não posso nem devo assumir porque não quero mentir às pessoas. Estou cá para falar verdade aos covilhanenses e não vender ilusões. Provavelmente conseguirei ainda este mandato, mas não tenho a certeza”, refere o presidente da CMC.
A primeira fase do projeto, já contratualizada no valor de cerca de 11 milhões de euros, contempla a construção de seis reservatórios e cerca de 30 quilómetros de condutas.
O projeto inicial da barragem tinha um custo de 26 milhões 679 mil 407 euros, comparticipado pelo POVT em 19 milhões 468 mil 667 euros. A ICOVI tinha aprovado um empréstimo de 2 milhões e 772 mil euros, faltando mais de 4 milhões de euros.
Depois de acesa polémica no anterior mandato, a atual gestão camarária pretende construir a albufeira noutro local.
Na última reunião, o executivo aprovou por unanimidade os dois pontos da ordem de trabalhos de questões formais sobre a execução das condutas e reservatórios, no âmbito da primeira fase do projeto de abastecimento de água em alta ao concelho da Covilhã e do processo de beneficiação da estrada municipal 512, entre o rio Zêzere e a Barroca Grande.