Morreram 49 pessoas afogadas até 30 de abril, o valor mais alto desde 2017

Para o resultado deste ano, contribui o facto de abril ter sido o pior mês, em termos de registos pelo observatório, de todos os meses, desde janeiro de 2017.

Quarenta e nove pessoas morreram afogadas em Portugal continental nos quatro primeiros meses do ano, o valor mais alto desde 2017, segundo dados do relatório do Observatório do Afogamento da Federação Portuguesa de Nadadores Salvadores (FEPONS).

Em comunicado hoje divulgado, a FEPONS refere que o afogamento em Portugal está a bater recordes, tendo-se registado até 30 de abril, 49 mortes, que correspondem ao valor mais alto desde 2017 relativamente ao período homólogo.

No ano passado foram registadas 43 mortes por afogamento e em 2022 foram 38.

Para o resultado deste ano, contribui o facto de abril ter sido o pior mês, em termos de registos pelo observatório, de todos os meses, desde janeiro de 2017.

No mês passado foram registadas 26 mortes por afogamento, enquanto em abril de 2023 morreram 16 e no mesmo mês de 2022 foram 14 as mortes.

Quanto ao primeiro trimestre do ano, a FEPONS destaca que 60,9% dos afogamentos ocorreram de manhã, tendo a maioria sido registadas no mar (21), seguindo-se em rio (16), em poço (seis), em vala, em barragem, em lagos e em fossa.

Segundo o relatório destes três meses do ano, mais de metade das pessoas que morreram por afogamento eram homens (69,5%) e tinham entre 70 e 74 anos (21,7%).

A maioria dos casos ocorreram durante banhos de mar em lazer, atividades de parapente, por quedas de pessoas e viaturas à água, e causas desconhecidas.

A Federação destaca igualmente que em 100% dos afogamentos foram em locais não vigiados e não presenciados.

Quanto à distribuição geográfica, 21,7% dos casos aconteceram no distrito de Porto, 13% em Coimbra e Lisboa, 8,7% em Aveiro, Setúbal, Viana do Castelo e Madeira, 4,3% nos Açores, Braga, Leiria e Santarém.

A FEPONS indica ainda que 47,8% das mortes, nestes três meses, ocorreram em janeiro, sendo que 26,1% dos casos sucederam a um sábado.

A federação destaca que estes resultados evidenciam a urgência de mudanças políticas significativas nesta área.

Defende que a assistência a banhistas dever ser feita durante todo o ano, durante todas as estações e com diferentes níveis de alerta conforme a necessidade, devendo as autarquias assumir a responsabilidade exclusiva pela assistência aos banhistas, através das associações de nadadores-salvadores.

Pede igualmente a instalação de equipamentos que melhorem a vigilância, o socorro e a proteção dos nadadores-salvadores, como torres de vigilância, motos 4×4, motos de salvamento marítimo, entre outros.

O aumento da segurança aquática nas escolas portuguesas, incluindo programas educativos e práticos de segurança aquática, incentivos aos nadadores-salvadores sazonais, a criação de uma carreira especial na função pública para nadadores-salvadores e o cumprimento da Legislação em Piscinas de Uso Público são outras das medidas necessárias apontadas pela FEPONS.

O Observatório do Afogamento é um sistema criado pela Federação Portuguesa de Nadadores Salvadores, para contabilizar as mortes por afogamento em Portugal.

O registo é realizado por links de recortes de jornal ou imagens destes, que devem ser enviados por qualquer pessoa para o e-mail observatoriodoafogamento@gmail.com ou postadas no facebook do observatório em facebook.com/observatoriodoafogamento.

A época balnear deste ano começou no feriado do 1.º de maio no concelho de Cascais e em alguns locais da Madeira.

A época balnear de cada ano é definida em portaria publicada em Diário da República, que identifica as águas balneares e a respetiva época, considerando-se até à publicação que a nível nacional a época balnear decorre entre 01 de maio e 30 de outubro. Entre essas datas, as câmaras municipais determinam quando se inicia e termina a época balnear no seu território, optando algumas por começar mais cedo e terminar mais tarde.


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