Mãe condenada a prisão por prostituir filha diz que culpa é da menina

Os dois arguidos foram condenados, em coautoria, pelos crimes de abuso sexual de criança agravado e lenocínio.

Uma menina de 13 anos foi obrigada a prostituir-se em troca de dinheiro e alimentos. O acórdão do Tribunal da Guarda, conhecido esta semana, acusa a mãe da menor de a obrigar a manter relações sexuais com um homem de 58 anos e condena-a a 13 anos de prisão. O arguido foi também condenado, mas a 11 anos de reclusão.

Em declarações ao Jornal de Notícias, a mulher negou as acusações que lhe são feitas. “Ela ia muitas vezes à casa do homem, mas eu não sabia o que ia fazer”, garantiu.

Contudo, o tribunal considerou que Fátima, de 45 anos, residente no concelho de Celorico da Beira, não só sabia o que a filha, com então 13 anos ia fazer, como em todas as vezes que os abusos sexuais tiveram lugar (35 ocasiões) a mulher “permaneceu à espera na cozinha da residência” do homem.

Conta o Jornal de Notícias, que teve acesso ao acórdão, que a cada duas semanas, Fátima levava a filha à casa de António. Acontecia sempre aos domingos. Os abusos sexuais eram perpetrados sem recurso a métodos contracetivos e a menina acabou por engravidar. Agora, a jovem adolescente e o filho estão ao abrigo de uma instituição.

Mas Fátima recusa responsabilidades, atirando-as para as ‘costas’ da filha. “Ela já não era um bebé ou uma criança de cinco anos. Se tinha idade para fazer mal, também tinha idade para me contar o que fazia e que estava grávida”.

Sobre o dinheiro e os alimentos que a menina levava para casa, Fátima garante que “era ele que queria dar”.

“Mas eu nunca soube porquê”, rematou.

 


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