Habitação colaborativa nasce na Guarda para acolher idosos, jovens e deficientes

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Com este projeto, a CERCIG espera promover a inclusão social e a proteção dos direitos humanos, contribuindo para a construção de uma sociedade mais justa e inclusiva.

A CERCIG – Cooperativa de Solidariedade Social está a construir na Guarda um projeto de habitação colaborativa para acolher idosos, jovens e pessoas com deficiência, privilegiando o princípio da partilha e vivência em comunidade.

O equipamento prevê acolher 52 cidadãos em 17 unidades habitacionais para viverem “num conceito de partilha e entreajuda entre pessoas com deficiência, idosos e jovens à procura da primeira habitação”, explicou à agência Lusa o diretor geral da instituição, Ricardo Antunes.

Com este projeto, a CERCIG espera promover a inclusão social e a proteção dos direitos humanos, contribuindo para a construção de uma sociedade mais justa e inclusiva.

A instituição, que é presidida por Joaquim Brigas, entende que assim “reforça o seu compromisso em criar soluções inovadoras e sustentáveis que possam melhorar a qualidade de vida das pessoas em situação de vulnerabilidade”.

O projeto terá hortas comunitárias, jardins, circuito de manutenção, ginásio, lavandarias, salas polivalentes e veículos elétricos partilhados.

Ricardo Antunes explicou que o projeto está pensado para respeitar a privacidade das pessoas, mas destacou que serão privilegiadas as áreas comuns e de utilização partilhada.

“Vai dar prioridade ao espaço de partilha e promover a entreajuda das pessoas que vão coabitar nestas habitações”, sustentou.

O equipamento está em construção na cidade da Guarda, num espaço onde já existia uma estrutura edificada, mas com a construção inacabada.

A CERCIG adquiriu o terreno envolvente, está a aproveitar o betão da estrutura abandonada e vai acrescentar dois pisos ao edificado existente.

O projeto representa um investimento total de dois milhões de euros, comparticipado pelo Programa de Recuperação e Resiliência (PRR).

A habitação colaborativa é uma área que ainda não tem legislação específica em Portugal, assinalou Ricardo Antunes.

“O conceito tem mais de 100 anos nos países nórdicos e está muito forte já em Espanha”, apontou.

Esta foi a primeira vez que foram lançados concursos para investimentos nesta resposta social e a CERCIG “não quis perder a oportunidade”.

“Está no ADN da CERCIG. Queríamos direcionar a nossa atividade para esta área e agarrámos a oportunidade”, reforçou o diretor geral.

Esta é uma das obras que a CERCIG tem atualmente em curso. A instituição está a requalificar uma antiga pensão no centro da Guarda para ser transformada em “Alojamento Urgente e Temporário” e a construir uma Estrutura Residencial para Idosos e Centro de Dia em Maçainhas, no concelho da Guarda.

Os três projetos representam um investimento superior a cinco milhões de euros. A CERCIG prevê que os projetos apoiem cerca de 200 pessoas e criem mais de 30 postos de trabalho.

A CERCIG conta atualmente com cerca de 100 colaboradores.


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