Contactado pela agência Lusa, António Corrêa de Sá, que será administrador executivo na empresa que detém 100% das Minas da Panasqueira, confirmou a compra anunciada no ‘site’ da empresa, mas recusou revelar os valores envolvidos no negócio, tendo adiantado que o novo proprietário poderá aumentar o número de postos de trabalho.
“Não há qualquer intenção de reduzir o número de trabalhadores, bem pelo contrário. Há, isso sim, a intenção de aumentar a produção e, consequentemente, o número de funcionários da área da produção”, afirmou.
O mesmo responsável acrescentou que esse crescimento deverá verificar-se nos próximos seis meses.
A multinacional Almonty, que detém várias minas em diferentes países e que já tinha sido proprietária destas minas entre 2005 e 2008, encara o couto mineiro da Panasqueira “como um ativo importante para continuar a afirmar a importância deste grupo na produção de tungsténio fora da China”.
Questionado sobre as dificuldades provocadas pelas constantes quedas do preço do volfrâmio e eventuais reflexos que tal possa ter nos planos de crescimento para as Minas da Panasqueira, este responsável mostrou-se confiante na recuperação do setor e de que as dificuldades serão ultrapassadas.
As Minas da Panasqueira viviam atualmente de graves problemas, os quais foram confirmados, em março de 2015, pelo então presidente do Conselho de Administração da empresa proprietária das Minas, a Sojitz Beralt Tin and Wolfram Portugal.
Na altura, a empresa referia que estava a ter “perdas incomportáveis” devido às constantes quedas do preço do volfrâmio e informou que iria deixar de renovar os contratos de trabalho temporário para proceder à redução gradual de pessoal.
Além disso, admitia mesmo a hipótese de suspender a produção, caso a situação não se alterasse, cenário que não veio a confirmar-se.
Já a redução de pessoal afectou quase uma centena de pessoas: em março de 2015, as Minas da Panasqueira empregavam 339 funcionários e atualmente só já empregam 244 pessoas.
As Minas da Panasqueira são a única exploração de extracção de volfrâmio a laborar em Portugal, que dá emprego essencialmente a pessoas dos concelhos da Covilhã e Fundão no distrito de Castelo Branco, e Pampilhosa da Serra, no distrito de Coimbra.
O presidente da Câmara do Fundão garantiu ver com bons olhos a aquisição das Minas da Panasqueira pelo grupo canadiano Almonty e disse esperar que o novo proprietário aposte na continuidade e viabilização daquela exploração de volfrâmio. Por seu lado, o autarca da Covilhã encarou com satisfação a venda e disse esperar que a operação se traduza na resolução dos problemas e num maior investimento e modernização daquela exploração de volfrâmio.