Governo adota tecnologia para "planear necessidades dos territórios"

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O processo de criar territórios inteligentes é “uma corrida de estafetas, que precisa de todos” e deve ser “sinónimo de democrático e universal”, realçou.

O Governo apresentou ontem, oficialmente, a estratégia que adota soluções tecnológicas para “antecipar, gerir e planear necessidades dos territórios” e torná-los “inteligentes”.

Na apresentação da Estratégia Nacional de Territórios Inteligentes, em Lisboa, Ana Abrunhosa, ministra da Coesão Territorial, sublinhou a “necessidade cada vez mais premente de colocar a inteligência do território ao serviço da qualidade das políticas públicas” e adotar “soluções digitais em benefício da população, das empresas e das instituições”.

Considerando que o conceito de “territórios inteligentes” é “muito feliz”, porque mais abrangente do que o de “cidades inteligentes”, a ministra defendeu um “investimento robusto e contínuo” em bases de dados, que devem ser “abertas e transparentes”.

Lembrando que “só através dos dados conheceremos o território”, a ministra deixou um apelo à partilha de informação, dirigido aos vários autarcas presentes na sessão.

“Temos de mudar a forma como olhamos para os territórios. Todos os nossos territórios têm de estar a um clique de distância”, sublinhou a ministra.

O processo de criar territórios inteligentes é “uma corrida de estafetas, que precisa de todos” e deve ser “sinónimo de democrático e universal”, realçou.

Segundo adiantou João Dias, presidente da Agência para a Modernização Administrativa, uma centena de municípios “participaram de forma ativa” na elaboração da estratégia, que envolve um investimento de 60 milhões de euros do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR, fundos europeus).

Na apresentação, onde estiveram duas ministras (também a da Ciência e Ensino Superior, Elvira Fortunato) e vários secretários de Estado (Planeamento, Justiça, Modernização Administrativa), João Dias sublinhou o mote da estratégia — “transformar dados em ação”.

Falando do estado digital do país, Ana Abrunhosa reconheceu que assegurar cobertura de “banda larga universal e de qualidade” continua a ser um desafio e alertou que “não adianta que a internet chegue a todos se nem todos conseguem alcançá-la” por não terem as competências digitais necessárias.

No que respeita às oportunidades que a estratégia agora adotada — e hoje publicada em Diário da República –, a ministra mencionou as novas formas de trabalho e a atração de “talento digital”.


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