Galeria de obras virtuais 'online' desconstrói conceito e exige deslocação ao local

Inloco

o projeto, que resultou de residências artísticas, irá divulgar as 52 obras ao longo de várias semanas, até ao final do ano, à razão de “uma ou duas obras por semana.

Uma galeria que quer reunir ‘online’ 52 objetos artísticos virtuais, criados por 23 artistas portugueses, só estará acessível a quem se deslocar especificamente aos locais de Portugal continental onde as obras foram criadas, anunciaram os promotores do projeto.

O projeto IN LOCO, que será divulgado no dia 21, produzido pela Terceira Pessoa, uma estrutura artística de Castelo Branco, tem a particularidade de usar coordenadas ‘gps’ para indicar os locais onde as obras foram produzidas – 28 concelhos nos 18 distritos continentais.

A página, explicou fonte da produção à agência Lusa, só funciona nessa localização específica para uma obra específica e apenas em Portugal continental, o que desconstrói o próprio conceito do acesso ‘online’, que, no dia-a-dia e salvo determinadas restrições, pode ser feito em qualquer parte do mundo.

“Para aceder a cada objeto artístico virtual, através da plataforma ‘online’, os espectadores têm de se deslocar ao local no qual nasceu cada obra, resultando numa experiência que é ao mesmo tempo física e virtual”, lê-se no material de promoção do IN LOCO.

Para tal, adiantou a mesma fonte, um interessado que esteja, por exemplo, em Lisboa pode aceder à plataforma ‘online’, de onde recolhe os dados ‘gps’ de uma determinada obra virtual produzida em Castelo Branco, não conseguindo, no entanto, aceder ao próprio objeto artístico. Para isso, tem de se deslocar a Castelo Branco, ativar o sistema de localização do seu telemóvel ou computador, e procurar pelo local dado pelas coordenadas. Aí chegado, a plataforma ‘online’ permitirá aceder à obra virtual.

“A ideia é essa, por isso é que se chama IN LOCO. Deslocamo-nos ao local como se fossemos a um museu”, esclareceu a fonte da Terceira Pessoa.

Mas, apesar da necessidade da deslocação, a obra não está no local onde foi criada, só estando disponível através da internet, insistiu à Lusa.

“Exatamente. Foi feita especificamente para aquele local, mas as pessoas só podem aceder através do seu telemóvel ou computador, nesse mesmo local. É como ir ao museu ver uma obra específica, mas a obra não está lá”, disse a mesma fonte.

Para além desta especificidade, o projeto, que resultou de residências artísticas, irá divulgar as 52 obras ao longo de várias semanas, até ao final do ano, à razão de “uma ou duas obras por semana”.

Na apresentação pública e lançamento do IN LOCO, dia 21, serão divulgadas as primeiras nove obras em Castelo Branco e Idanha-a-Nova, sendo que todos os 23 artistas “trabalharam a partir da palavra ‘pedra’”, o “denominador comum” do projeto.

Os restantes municípios que irão ter, virtualmente, obras do projeto IN LOCO são Albufeira, Alfandega da Fé, Arcos de Valdevez, Beja, Belmonte, Braga, Caminha, Coimbra, Covilhã, Évora, Fundão, Grândola, Ílhavo, Leiria, Lisboa, Montemor-o-Novo, Odemira (Vila Nova de Milfontes), Portalegre, Porto, Santarém, Seia, Setúbal, Sintra, Vila Nova de Famalicão, Vila Real e Viseu.

O projeto tem coprodução do Teatro do Bairro Alto (TBA, Lisboa) e dos municípios de Idanha-a-Nova e Arcos de Valdevez, com direção artística de Ana Gil, Nuno Leão e Óscar Silva.


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