Futuros médicos já não fazem prova de especialidade na Covilhã

Em carta aberta, a Associação Nacional dos Estudantes de Medicina condena a decisão, classificando-a de “centralista e discriminatória”.

A Covilhã está fora do mapa onde será realizada a prova nacional que dá acesso à formação especializada em Medicina. Este ano, os responsáveis do processo optaram por limitar os locais do exame a Porto, Coimbra, Lisboa, Funchal e Ponta Delgada, mas a decisão está a ser contestada pelos futuros médicos, que exigem que a prova possa ser feita nas escolas médicas onde estudaram, nomeadamente na Universidade da Beira Interior (UBI) na Universidade do Minho e na Universidade do Algarve.

Em carta aberta, a Associação Nacional dos Estudantes de Medicina condena a decisão, classificando-a de “centralista e discriminatória”.
Uma posição que é partilhada pela UBI, que também não concorda com a redução dos locais.

“É curioso que esta medida efetiva venha na mesma altura em que se fala de um Erasmus para o Interior. Estamos sempre a ouvir promessas, mas na prática assistimos a medidas que só aumentam a discriminação negativa”, afirmou António Fidalgo.

A Faculdade de Ciências da Saúde da UBI também considera que esta concentração não era necessária e vai apresentar uma exposição aos intervenientes no processo na qual se reitera que esta instituição tem todas as condições técnicas necessárias para acolher o exame.
“A nossa proposta é que, em tempos futuros, volte novamente a ser restabelecida a possibilidade de os alunos fazerem a prova nos locais onde estudam, sem colocar em causa as condições de equidade e justiça que se pretendem”, referiu Miguel Castelo Branco.

De referir que, o coordenador do Gabinete da Prova Nacional de Acesso já esclareceu que a escolha de cinco locais se deve à necessidade de tornar o mais uniforme e homogénea possível as condições de realização da prova: “Não temos nada contra os estudantes de nenhum dos locais. O que pretendemos é conseguir para os estudantes equidade, segurança e qualidade na realização da prova”, justificou Serafim Guimarães, em à Lusa.


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