Fotojornalista Miguel Silva orienta ‘workshop’ na Guarda sobre revelação de fotos com vinho

A iniciativa, a realizar num restaurante da Guarda, é aberta à participação de todos aqueles “que desejem aprender a revelar os seus filmes fotográficos”.

O fotojornalista Miguel Silva vai orientar, nos dias 28 e 29, na Guarda, um ‘workshop’ de fotografia analógica que inclui a revelação de película fotográfica com a utilização de vinho tinto produzido na região da Beira Interior.

A iniciativa, a realizar num restaurante da Guarda, é aberta à participação de todos aqueles “que desejem aprender a revelar os seus filmes fotográficos”.

“Com este ‘workshop’, o meu objetivo é mostrar aos participantes como é fácil revelar película fotográfica em casa. É tão fácil, que até o podemos fazer com vinho tinto”, disse hoje Miguel Silva à agência Lusa.

O ‘workshop’ vai decorrer no dia 28, um sábado, entre as 14 e as 17 horas, dia 29, entre as 10 e as 13 horas.

“No início, no sábado, lanço um desafio aos participantes para irem para a rua fotografar e eles gastam um ou dois rolos fotográficos o mais rápido possível, para depois irmos para a cozinha do restaurante fazer o revelador e a revelação da película fotográfica a preto e branco com vinho tinto, porque é o foco da iniciativa”, explicou.

No domingo, “será feita a digitalização dos negativos para as imagens serem usadas nas redes sociais ou para imprimir e um almoço convívio”.

“No final, os participantes levam consigo os ‘frames’ correspondentes às imagens que realizaram e uma imagem impressa, resultante de um desses ‘frames’”, rematou.

Miguel Silva, de 49 anos, residente em Pinhel, distrito da Guarda, é colaborador fotográfico da agência Lusa na Guarda e do Grupo Global Media na Guarda, em Viseu e Castelo Branco.

O fotojornalista contou que utilizou pela primeira vez a técnica da revelação de fotografias com vinho em 2019.

“O meu método normal de revelação é o ‘caffenol’, feito com café instantâneo, que tem fenol, que também existe, por exemplo, no vinho, na cerveja e na hortelã pimenta. Comecei a utilizar o vinho em 2019, em casa, depois de ter conhecimento das suas potencialidades e tendo em conta que resido numa região que é produtora de vinho”, disse.

As primeiras experiências resultaram bem e aperfeiçoou a “receita” ao longo do tempo, tendo concluído que, com a utilização dos vinhos da região, obtinha “resultados tão bons como com a utilização dos produtos tradicionais da indústria da fotografia”.

Em 2020, Miguel Silva realizou, no Teatro Municipal da Guarda, uma residência artística e, entre outros processos, também experimentou a revelação de fotografias com vinho tinto.

Em relação ao processo de revelação, explicou que “a película tem de estar dentro do revelador, que designa por ‘tintol’ (“por os produtos tradicionais de revelação fotográfica terminarem todos com o sufixo ‘ol’, como ‘x-tol’, ‘dektol’, ‘perceptol’ e ‘caffenol’, por exemplo, e o ‘tintol’ ser um termo muito caseiro e carinhoso”), durante 45 minutos”.

O ‘workshop’ a realizar no restaurante Nobre, Vinhos & Tal funcionará com um máximo de 10 pessoas e um mínimo de cinco.

“Gostava de ter o máximo de participantes, por se tratar de uma experiência única e por a revelação fotográfica ser atualmente um nicho e algo que é praticado por uma franja da população muito pequena”, justificou.

O custo por participante é de 70 euros, com tudo incluído, e as inscrições pode ser feitas diretamente no restaurante ou através do endereço de correio eletrónico de Miguel Silva.


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