A diretora do serviço de Urgência do Hospital da Guarda, Adelaide Campos, renunciou ao cargo, confirmou a médica ontem à tarde.
A cirurgiã, que já tinha colocado o lugar à disposição por várias vezes, não quis pronunciar-se para já sobre a decisão.
Adelaide Campos deverá reunir-se esta terça-feira com a diretora clínica da Unidade Local de Saúde (ULS) da Guarda.
O Conselho de Administração da ULS da Guarda, confirmou que a diretora do serviço de Urgência “já tinha solicitado para ser substituída na direção do serviço alegando motivos de ordem pessoal”.
Num esclarecimento enviado à agência Lusa, o Conselho de Administração precisa que, “até à presente data e devido a todos os constrangimentos verificados no SNS [Serviço Nacional de Saúde], não houve oportunidade de substituir a Dra. Adelaide Campos”.
O Conselho de Administração, presidido por João Barranca, adianta que “deliberou autorizar a abertura de Concurso Público para o respetivo cargo, seguindo-se os procedimentos habituais”.
“Até que o concurso esteja concluído, a Dra. Adelaide Campos manter-se-á no exercício de funções”, acrescenta.
Nos últimos anos, a médica tem vindo a alertar para a falta de condições e para os constrangimentos registados no serviço de Urgência por falta de recursos.
Nos primeiros dias de outubro, em plena crise provocada pela recusa dos médicos em fazer mais horas extraordinárias, a diretora da Urgência avisou que a situação podia vir a ser “catastrófica”, tendo em conta que o hospital da Guarda se encontra num território com “um número de médicos muito limitado” e com um grande volume de doentes institucionalizados a necessitar de cuidados.
A ULS da Guarda, que integra os hospitais da Guarda e de Seia, abrange 13 concelhos, com um total de cerca de 140 mil habitantes.