O evento conciliou um atrativo programa de animação cultural com um conjunto de palestras de especialistas e investigadores nas ciências do oculto. Parte das intervenções e atividades tiveram lugar na Lapa, gruta situada por baixo do Castelo de Penha Garcia, à qual é atribuída uma grande carga esotérica.
Aldeia que ainda preserva muitos dos seus usos, costumes e tradições, Penha Garcia acabou por ser o cenário ideal para o congresso, explica Armindo Jacinto, presidente da Câmara Municipal de Idanha-a-Nova: “Conseguimos que viessem pessoas de todo o país para partilhar conhecimento sobre diferentes ciências do oculto e encontraram aqui um concelho e uma freguesia onde as heranças culturais são propícias ao debate e à vivência destas temáticas”.
A Câmara de Idanha-a-Nova organizou o evento em parceria com a Junta de Freguesia de Penha Garcia, Comenda das Idanhas, Associação de Defesa do Património Cultural e Natural de Penha Garcia e Rancho Folclórico de Penha Garcia.
A par das palestras, organizaram-se dramatizações históricas, cenários vivos, desfile de medos (boa hora, má hora, bruxas, diabólica, lobisomem), exposições e mercado de produtos tradicionais, plantas medicinais, ervas aromáticas e chás.
Tudo isto numa povoação onde Mário Piçarra, da Comenda das Idanhas, recorda um vasto património de crenças e superstições populares. “Ao longo dos tempos fomos habituados a ouvir dos nossos pais, dos avós e bisavós tudo o que se relaciona com o oculto, mas muitas dessas coisas eram designadas por medos”, refere.
Igualmente envolvido na organização do congresso esteve José Medeiros, um dos autores portugueses mais respeitados no campo do esotérico. O investigador procurou transmitir uma imagem diferente daquela que normalmente se tem do mundo do oculto. “Não é o mundo das coisas escondidas, é o mundo das coisas que não se compreendem. Quisemos falar de técnicas de autoconhecimento e de conceitos que nos dão uma maior consciência de nós próprios”, afirmou.