Um concurso público internacional no valor de 3,35 milhões de euros (ME) para a prestação de serviços de transporte rodoviário de substituição na linha da Beira Alta, que está encerrada para obras, foi hoje publicado em Diário da República.
O concurso, lançado pela CP – Comboios de Portugal, visa a “prestação de serviços de transporte rodoviário de substituição nos troços Coimbra/Guarda/Coimbra, Mangualde/Coimbra/Mangualde e Guarda/Vilar Formoso/Guarda, por interrupção da circulação ferroviária, em virtude da modernização da linha da Beira Alta”.
O procedimento tem um prazo de execução de oito meses, após a adjudicação que, de acordo com os prazos do concurso, só deverá ocorrer no final do ano.
A linha da Beira Alta percorre cerca de 200 quilómetros (km) entre as estações da Pampilhosa, na linha do Norte, e Vilar Formoso. Em abril de 2022 a linha foi encerrada à circulação de comboios devido às obras de modernização e deveria reabrir a 12 de novembro, segundo o último anúncio feito a 16 de maio deste ano, o que, face ao novo concurso de transporte rodoviário de substituição, não deverá suceder.
“Estamos, de facto, comprometidos em reabrir a linha no dia 12 de novembro”, afirmou, na altura, o vice-presidente da Infraestruturas de Portugal (IP), Carlos Fernandes, no final de uma visita a um troço da obra entre Mangualde e Celorico da Beira.
Segundo Carlos Fernandes, “alguns trabalhos continuarão depois dessa data, mas o principal ficará feito e a expectativa é de que os comboios possam começar a circular a partir dessa data”.
O vice-presidente da IP frisou ainda que se trata de “uma das maiores obras em curso em Portugal”, que representa “um investimento de praticamente 600 milhões de euros, integrado no programa Ferrovia 2020”.
Em setembro, as autarquias da Guarda e de Nelas exigiram explicações sobre as notícias de mais um adiamento da reabertura da linha ferroviária. O executivo municipal de Nelas, no distrito de Viseu, aprovou por unanimidade uma moção manifestando “preocupação” e pedindo esclarecimentos sobre os atrasos, enquanto a Assembleia Municipal da Guarda, também por unanimidade, aprovou um voto de protesto contra o atraso da reabertura da Linha da Beira Alta e reclamou medidas imediatas para acelerar o processo de conclusão das obras.