Congresso Médico juntou 500 profissionais para analisar a dor

O evento decorreu na Faculdade de Ciências da Saúde, com organização das três unidades de saúde da Beira Interior.

As várias vertentes e patologias relacionadas com a dor estiverem em debate ao longo de dois dias.

A dor, analisada como processo abrangente e ligado a várias patologias e como a abordar. Este foi o tema central do 2.º Congresso Médico da Beira Interior, que levou à Faculdade de Ciências da Saúde (FCS) cerca de 500 participantes, para debate e formação.

A organização foi do Centro Hospitalar Cova da Beira (CHCB) e das unidades locais de saúde da Guarda e Castelo Branco e, no final, de dois dias de trabalho – sexta-feira e sábado, dias 25 e 26 –, a organização considerou que o evento cumpriu todos os propósitos. “Conseguimos os nossos objetivos”, avaliou Rosa Ballesteros, presidente o Congresso.

Esses objetivos passavam por ver a dor como uma patologia, unir diferentes especialidades e encontrar pontos comuns. “Trabalharmos em conjunto e, ao mesmo tempo, potencializar a humanização dos cuidados de saúde”, explica a responsável.

O projeto de organizar um congresso dedicado aos médicos internos das três unidades de saúde da Beira Interior surgiu há três anos, para melhorar a formação dos profissionais “e mostrar que na região se trabalha com padrões de qualidade”, ainda segundo Rosa Ballesteros.

A ideia foi reafirmada por Miguel Castelo Branco, presidente do Conselho de Administração do CHCB, que foi este ano sede do Congresso, depois da Guarda, no ano passado.

O também diretor do mestrado integrado em Medicina da FCS da Universidade da Beira Interior afirmou no final dos trabalhos que é preciso passar essa mensagem: “Aquilo que nós precisamos é, no fim de contas, demonstrar que somos capazes, cientificamente competentes, que estamos na linha da frente daquilo que é a ação e a investigação em outros campos. E que também somos capazes de fazer formação de altíssimo nível e que ponderem se não vale a pena fazer o internato nos nossos hospitais”.

Quem esteve presente – médicos, enfermeiros, profissionais farmacêuticos e estudantes –, teve oportunidade de conhecer então os aspetos relacionados com a dor. “A dor não é normal”, salienta Rosa Ballesteros, “e tem de ser tratada e combatida com todos os esforços”.

Um sintoma que deve ser abordado além da administração de analgésicos. Ou seja, de forma holística. “Temos de tratar os familiares, o conjunto, a sociedade”, explica, acrescentando: “O doente tem direito a não ter dor e também enfocamos no Congresso que a dor nunca é boa, é sempre patológica e às vezes ajuda-nos a identificar os diferentes problemas”.

O próximo Congresso Médico da Beira Interior vai decorrer em Castelo Branco, em outubro do próximo ano, com o tema “Olhar a Medicina – Com Prós e Contras”.


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