O mês de fevereiro deverá marcar o lançamento do Concurso Público Internacional para a construção de uma nova barragem no concelho da Covilhã. A previsão foi avançada pelo presidente da Câmara da Covilhã, Vítor Pereira, durante a cerimónia oficial de lançamento da obra da primeira fase do abastecimento em alta do município, que compreende a construção e renovação de estruturas que irão servir a nova albufeira da Ribeira das Cortes e, antes disso, a atual barragem das Penhas da Saúde.
O abastecimento de água à Covilhã vai estar melhorado até ao verão, altura em que se prevê a conclusão da obra que contempla a construção de 30 quilómetros de condutas adutoras e seis reservatórios com capacidade para 12 milhões de litros de água. O projeto entregue à empresa Somague vai também remodelar quatro quilómetros de condutas já existentes.
O investimento ascende a 11,5 milhões de euros comparticipados pela União Europeia em mais de metade do valor – montante próximo dos seis milhões de euros – e os restantes 4,7 milhões da responsabilidade da empresa municipal ICOVI.
No final dos trabalhos, espera-se que o sistema tenha “um maior rigor e eficiência no controle de qualidade da água e uma redução da ruptura e menor desperdício”, como sublinhou Carlos Mineiro, administrador da ICOVI. O responsável lançou logo ali, na intervenção inicial da cerimónia de segunda-feira, dia 20, aquele que é o grande objetivo dos responsáveis municipais para este setor: “Planeamento para a fase seguinte, a da construção da albufeira da Ribeira das Cortes”.
E esse é, no fundo, o grande tema, dos últimos tempos, no plano dos investimentos no concelho. Vítor Pereira lembrou que se trata de uma ambição que remonta ao início da década de 1990 e que no próximo mês poderá ser dado mais um passo, para o qual acredita ter o apoio das várias entidades envolvidas no processo. Entre estas, está o Governo.
“Quero pois anunciar-lhes que estamos já a trabalhar na reformulação do projeto da albufeira e contamos até ao final do mês de fevereiro ter luz verde para abrir concurso internacional para a construção desta estrutura”, disse o autarca no ato oficial. Pouco depois, à imprensa, mostrou-se otimista quanto à obtenção de fundos comunitários e revelou que em “conversa com o secretário de Estado, foi prometido que seriam feitos todos os esforços para concretizar esta vontade”.
Para já, não há prazos para a conclusão da barragem, que depende da validação das entidades relacionadas com o ambiente, para depois se iniciar o projeto físico. “É difícil calendarizar a esta distância”, disse Vítor Pereira.
Certo é que, com referiu o edil, com a construção da albufeira 500 metros abaixo do projeto definido pelo anterior executivo e que acabou por ser inviabilizado, estarão eliminados “obstáculos”, como lhe chamou. “Os obstáculos existentes até aqui tinham determinados contornos e determinados protagonistas. Tinham, no fundo, circunstancialismos muito originais, que têm a ver com questões menores”, afirmou, acrescentando: “As maiores são o concretizar da obra. Nós queremos levá-la por diante, queremos que ela seja uma realidade e vamos criar as sinergias que forem necessárias com os organismos e, sem finca pé, sem birras e sem teimosias, e pedindo colaboração, temos é que levar por diante o projeto”.
No final, aquele que foi descrito como “o maior investimento” da atualidade na Beira Interior, trará benefício para a região, como defendeu Vítor Pereira.