Quase 80% de Portugal continental encontrava-se em junho em situação de seca severa e extrema, segundo o boletim climatológico do Instituto Português do Mar e da Atmosfera, que caracterizou aquele mês como “extremamente quente e muito seco”.
O boletim disponível esta sexta-feira na página do Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA) na Internet indica que no final do mês de junho cerca de 80% de Portugal continental estava em seca severa (72,3%) e extrema (7,3%).
Segundo o índice meteorológico de seca (que tem em conta os dados da quantidade de precipitação, temperatura do ar e capacidade de água disponível no solo), a 30 de junho mantinha-se a situação de seca meteorológica em quase todo o território de Portugal continental, verificando-se, em relação a 31 de maio, um agravamento da intensidade da seca.
No final de maio, cerca de 70% do território estava na classe de seca moderada.
A situação tem causado alerta nas regiões do Alentejo e Beira Interior, onde se admite a possibilidade de haver ruturas no abastecimento da rede pública.
Em entrevista à TSF, o secretário de Estado do Ambiente, Carlos Martins, fala de “uma situação gravíssima”, sobretudo na bacia do Sado, onde as 10 barragens registam caudais abaixo dos 40% da capacidade, algumas não passando dos 20%.
O Governo vai ativar de imediato a Comissão Permanente de Prevenção, Monitorização e Efeitos da Seca, criada há cerca de um mês, tendo em conta a situação de seca no país e os níveis baixos das barragens.
Carlos Martins explica que será ainda elaborado o plano de contingência para enfrentar a seca e evitar consequências mais graves a meio do verão. “É preciso tomar medidas de contenção de consumos, criar regras e sobretudo alertar para a situação gravíssima que estamos a viver”, afirma Carlos Martins.
No final de junho, cerca de 80% do território estava em seca severa ou extrema e 18 das 60 barragens do Continente iniciaram o verão com menos de metade da água que conseguem armazenar.
“De uma forma geral no país há motivos de preocupação e sobretudo na Bacia do rio Sado o caso já é mesmo muito preocupante”, admite o secretário de Estado, em declarações à TSF.
De acordo com a TSF, vários concelhos do Alentejo e da Beira Interior podem chegar a agosto sem água para a população e, como tal, o Governo quer que nas autarquias mais afetadas se comecem a procurar ou reativar antigos furos de água que substituam o abastecimento que atualmente é feito, mas também que os municípios parem de regar espaços verdes.
O secretário de Estado do Ambiente sublinha que é preciso definir prioridades e acrescenta: “ninguém iria perceber que andássemos a regar rotundas numa altura em que há restrições de abastecimento à população ou ao gado. As rotundas não ficam com a mesma beleza… mas não são prioritárias”.
Seca agravou-se
Segundo o boletim climatológico de junho, no final do mês passado cerca de 80% do território estava em seca severa (72,3%) ou extrema (7,3%).
De acordo com o índice meteorológico de seca (que tem em conta os dados da quantidade de precipitação, temperatura do ar e capacidade de água disponível no solo), a 30 de junho mantinha-se a situação de seca meteorológica em quase todo o território de Portugal continental, verificando-se, em relação a 31 de maio, um agravamento da intensidade da seca.
Depois de um inverno com pouca chuva, a primavera também foi muito quente, seca e com uma chuva que apenas correspondeu a 75% do valor médio histórico para estes meses do ano.
A primavera deste ano foi a terceira mais quente desde 1931, revela o último boletim climatológico sazonal do IPMA, que dá conta de um aumento significativo da seca, especialmente nas regiões do Norte e Centro do continente.
De acordo com o IPMA, a temperatura média do trimestre (março, abril e maio) foi superior ao normal e o valor da temperatura máxima do ar foi o segundo mais alto desde 1931.
No que diz respeito à precipitação, o IPMA indica que o valor médio no trimestre foi inferior ao valor médio correspondendo a 75% do valor normal.