O Centro Hospitalar Universitário Cova da Beira (CHUCB), na Covilhã, distrito de Castelo Branco, tem todas as camas de cuidados intensivos ocupadas e já aumentou as vagas em enfermaria para doentes covid-19, revelou aquela unidade.
Em resposta enviada à agência Lusa, o CHUCB explica que Unidade Cuidados Intensivos tem disponíveis 12 camas (oito para doentes covid-19 e quatro não covid), sendo que ontem, terça-feira, estavam todas ocupadas.
A informação especifica ainda que o Centro Hospitalar tem 97 doentes internados nas enfermarias da ‘ala covid’ e que no último sábado foi aberta uma quarta enfermaria dedicada, aumentando a capacidade máxima para 125 camas.
O CHUCB explica ainda que o plano de contingência já se encontra no último nível e que a capacidade instalada está bastante “limitada”.
“No CHUCB a capacidade instalada não está esgotada mas está bastante limitada. Não podemos esquecer que isto é um processo contínuo, sendo a única alternativa à presente situação a realização de uma gestão de altas muito cuidadosa, rigorosa, que atenda naturalmente à evolução clínica dos doentes internados para podermos ter alguma rotatividade e assim conseguir garantir camas [vagas] para a população que temos, acolhendo todos os doentes que delas precisem, covid ou não covid”, refere.
Entre médicos, enfermeiros, auxiliares e técnicos, esta unidade de saúde tem “51 profissionais ausentes”, seja por situação de infeção ou em isolamento profilático e os constrangimentos estão a ser ultrapassados com “muita flexibilidade e esforço redobrado dos que se mantêm em funções”, aponta.
Apesar de estar perto do limite, o CHUCB também tem estado a dar apoio à rede do Serviço Nacional de Saúde, tendo acolhido “cerca de uma dezena e meia” de doentes com covid-19 provenientes de outros hospitais de diferentes pontos do país.
Lembrando que, nesta altura, é difícil aumentar a capacidade existente porque não há recursos humanos disponíveis para contratar, o CHUCB reitera a importância de todos seguirem as recomendações das entidades de saúde para evitar a propagação do vírus.
“Mais importante que as medidas do Governo e a capacidade dos hospitais é o comportamento das pessoas em sociedade. Se todos contribuirmos, se houver bons exemplos evitamos a rotura dos hospitais, caso contrário não haverá camas nem hospitais que cheguem para as necessidades crescentes”, frisa, na mesma nota, o presidente do conselho de administração do CHUCB, João Casteleiro.
A pandemia de covid-19 provocou, pelo menos, 2.041.289 mortos resultantes de mais de 95,4 milhões de casos de infeção em todo o mundo, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.
Em Portugal, morreram 9.246 pessoas dos 566.958 casos de infeção confirmados, de acordo com o boletim mais recente da Direção-Geral da Saúde.
A doença é transmitida por um novo coronavírus detetado no final de dezembro de 2019, em Wuhan, uma cidade do centro da China.