A Casa da Cereja, em Alcongosta, Fundão, recebeu, desde que abriu, em setembro de 2021, mais de 30 mil visitantes e o presidente do município, Paulo Fernandes, afirmou hoje que este é “o centro interpretativo mais relevante sobre a cereja” em Portugal.
“Éuma casa extraordinariamente completa e está numa aldeia que é a aldeia com a maior produção de cereja do nosso país, por isso é o centro interpretativo mais relevante sobre a cereja no nosso país”, disse Paulo Fernandes, em declarações à agência Lusa.
A Casa da Cereja, que resulta da reconversão da antiga Escola Primária de Alcongosta, integra a rede de 14 Casas e Lugares do Sentir daquele concelho localizado no distrito de Castelo Branco.
Segundo o presidente do município, o espaço reúne um conjunto de conteúdos que enquadra a cereja em termos económicos, destaca os meios de produção, explica cientificamente como é todo o processo do ciclo da cereja, expõe as componentes antropológica e etnográfica, mostra as diferentes variedades, enquadra a Cereja do Fundão à escala global e indica como o fruto se enraizou e transformou a paisagem humana e natural.
Paulo Fernandes acentuou que a Casa da Cereja é “um ícone” da marca, contribui para o turismo em torno do fruto e “representa o sucesso do ‘cluster’ à volta da Cereja do Fundão nas sua múltiplas facetas, produtos e subprodutos”.
O espaço, que pretende ser um veículo de “transmissão de saberes para as novas gerações”, tem ainda áreas dedicadas à construção de escadas em madeira, à cestaria e ao esparto, utensílios ligados à agricultura, mas não tem ainda a funcionar a componente oficinal ligada às escolas.
O Centro UNESCO — Casas e Lugares do Sentir do Fundão foi criado em 2017 e consiste numa rede de casas temáticas em diferentes freguesias do concelho que procuram preservar e transmitir os saberes e as tradições locais, formando um roteiro de interesse cultural, turístico, social e educativo.
Da rede de casas temáticas fazem parte, além da Casa da Cereja, em Alcongosta, a Casa das Memórias de António Guterres (Donas), a Casa do Barro (Telhado), a Casa da Romaria de Santa Luzia (Castelejo), a Casa das Tecedeiras (Janeiro de Cima), a Casa do Barqueiro (Janeiro de Cima), a Casa da Poesia Eugénio de Andrade (Póvoa de Atalaia), as Casas dos Ofícios (Souto da Casa), a Casa do Mel (Bogas de Cima), a Casa do Bombo (Lavacolhos), a Casa do Queijo (Orca), a Casa da Pastorícia (Três Povos — Salgueiro) e a Casa do Folclore — Ilda Valentim (Silvares).
O presidente da Câmara do Fundão, Paulo Fernandes, adiantou à Lusa que estão em fase de conclusão a Casa da Barca, a Casa dos Embutidos e a Casa do Lagar.
“São casas para abrir nestes próximos meses. Até ao final do ano, seguramente abrimos essas três casas”, informou.
Hoje e sábado, o Fundão acolhe, no Casino Fundanense, o 9.º Encontro Nacional de Associações e clubes UNESCO, a Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura.
A iniciativa conta no programa com palestras, apresentações de novos clubes, grupos de trabalho, visitas, momentos musicais, apresentação de boas práticas e a entrega do Prémio Fundação Manuel António da Mota para Clubes UNESCO 2023.
Os Clubes UNESCO têm como missão promover a organização e os seus programas, divulgar os seus ideais, contribuir para a formação cívica e democrática dos seus membros, defender os direitos humanos, favorecer a compreensão internacional e o diálogo entre os povos e difundir informação junto do público a nível local.