“A nossa principal preocupação, de momento, é a certificação do aeródromo”, disse hoje o autarca de Seia, Carlos Filipe Camelo, lembrando que o município investiu recentemente cerca de 800 mil euros na construção de áreas para os agentes de proteção civil que utilizam aquela instalação e para apoio futuro à aviação comercial.
O aeródromo de Seia, o único existente no distrito da Guarda, localizado na zona de Pinhanços, está certificado para utilização pelos meios aéreos da proteção civil e envolvidos no combate aos incêndios florestais.
Aquela estrutura vai estar em destaque, no sábado e no domingo, durante a realização de um ciclo de conferências alusivas ao centenário da aviação comercial, que se assinala este ano.
As conferências, a realizar na Casa Municipal da Cultura de Seia, que vão contar com a presença de vários representantes da aviação comercial em Portugal, também pretendem realçar o papel do aeródromo local ao longo dos 20 anos de existência, a sua importância no contexto regional e na perspetiva nacional.
Com o evento, a autarquia pretende “dar a conhecer” um projeto que considera ter importância nacional.
“É evidente que ele [o aeródromo] está capacitado para um conjunto de missões, agora valorizado com o edifício de apoio, que tem a componente ligada à área da aviação civil, mas também aquilo que tem acontecido no apoio à componente de proteção civil, mormente ligada ao combate aos fogos florestais”, referiu o autarca.
Carlos Filipe Camelo disse à agência Lusa que o aeródromo municipal oferece “condições suficientes” para utilização pelos meios militares e de combate aos fogos florestais, mas com a obtenção da certificação civil seria dada a possibilidade de ser usado para transportar visitantes para a Serra da Estrela e para apoiar o setor empresarial regional.
A intenção da autarquia de Seia será apresentada à Comunidade Intermunicipal das Beiras e Serra da Estrela, que abrange 12 municípios dos distritos da Guarda e de Castelo Branco.
“Com menos dinheiro, nós poderemos ter uma estrutura capacitada para o desempenho de um conjunto de missões que a ela está associada, ao contrário de outras ideias que podem efetivamente existir, mas que envolverão um multiplicar de investimento quando comparado com aquele que é necessário fazer naquele espaço”, justificou.
O pedido de certificação do aeródromo para fins comerciais só será efetuado após a realização de obras relacionadas com a diminuição de morros e o alargamento da pista, segundo o autarca de Seia.