Câmara da Guarda espera que Governo coloque “rapidamente” medidas no terreno

O Governo aprovou uma verba total “entre 300 e 400 milhões de euros” para a recuperação das habitações e infraestruturas de empresas e autarquias, entre outros.

O presidente da Câmara da Guarda disse ontem que espera que o Governo coloque “rapidamente” no terreno as medidas que saíram do Conselho de Ministros extraordinário e que no futuro “o país não adormeça” em relação à problemática dos incêndios.

O autarca Álvaro Amaro, que também é o presidente dos Autarcas Social-Democratas, disse hoje à agência Lusa que o país “tem andado adormecido durante muitos anos em relação à coesão do território” e “acordou pelas piores razões”, por uma “tragédia humana e uma tragédia económica”.

“O país acordou e o Governo também acordou. E agora cada um de nós fará o juízo que entender fazer. O Governo acordou, devia de ter acordado mais cedo. Acordou e elencou um conjunto de medidas e agora a gente espera que as coloque no terreno rapidamente e que o país não adormeça, como quem diz, que o Governo não volte ao sono profundo e, outra vez, a coesão do território seja metida na gaveta”, disse Álvaro Amaro à margem da primeira reunião do executivo do novo mandato autárquico.

O autarca da Guarda referiu que já teve oportunidade de dizer a vários membros do Governo que as medidas anunciadas são “uma prova de empenho, de boa vontade”, mas “há muita coisa ainda” a verificar, como a necessidade de haver agilidade e desburocratização em relação, por exemplo, aos apoios para os agricultores afetados pelos incêndios.

Deu conta que já solicitou à diretora regional de Agricultura do Centro que marque a data para uma reunião com os agricultores e com as pessoas da Guarda que “viram desaparecidos muitos dos seus instrumentos de trabalho, viram arder palheiros, pequenas casas que estavam a ser utilizadas e eram muito importantes para a produção agrícola”.

Caso a reunião não seja marcada, será a autarquia da Guarda a fazê-lo, pois Álvaro Amaro considera que não hesitará em apoiar “as pessoas que não têm alimentos para o gado ou as pessoas que perderam animais”.

“Ou isto é rápido, no sentido desses apoios das medidas até cinco mil euros, ou a Câmara vai-se substituir [ao Estado]. Nós vamos ajudar a reconstituir seletivamente, muito seletivamente, e apresentamos a conta porque, entre isso e esperar que a burocracia resolva, os agricultores desistem, ficam tristes e o nosso mundo rural fica ainda mais pobre e eu não aceito isso”, declarou.

O autarca também se mostrou preocupado com o risco de derrocada na Estrada Nacional 18, na zona de Aldeia do Bispo, e com as consequências que podem ter as primeiras chuvas e disso também já deu conta ao Governo.

O Governo aprovou sábado, entre outras medidas, a disponibilização de uma verba total “entre 300 e 400 milhões de euros” para a recuperação das habitações e infraestruturas de empresas e autarquias, o apoio ao emprego e ao setor agrícola e florestal.


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