Na passada terça-feira, dia 24 de janeiro, foi inaugurado o BioBanco da Universidade da Beira Interior (UBI) na Faculdade de Ciências da Saúde (FCS). Com um investimento inicial de cerca de 250 mil euros, a infraestrutura vai contribuir para a melhoria dos meios à disposição dos investigadores da área da Saúde.
Trata-se de um repositório de amostras humanas e de ambiente, onde os materiais serão guardados e utilizados mediante as regras internacionais que vigoram para esta área. O espaço é composto por equipamentos de alta tecnologia, que, entre outras opções, podem armazenar as amostras a baixas temperaturas – a 4, -20, -80 e -180º C (criopreservação) – e gerir o seu armazenamento, permitindo a organização sistemática e controlada da sua localização. Desta forma, a estrutura assegura o cumprimento de boas práticas, garantindo qualidade e segurança.
“O BioBanco é uma infraestrutura extremamente importante no âmbito da investigação medica e da saúde pública”, sublinhou o reitor da UBI durante a visita inaugural ao espaço. “O que aqui estamos a fazer é um investimento. Temos aqui a possibilidade de preservar, tal como a biodiversidade se encontra neste momento, e de depois verificar – num percurso histórico – aquilo que aconteceu. A Faculdade de Ciências da Saúde e a UBI estão de parabéns e é um benefício enorme também para a região”, salientou António Fidalgo.
A equipa do Biobanco é composta pelos docentes e investigadores Ignacio Verde, Lurdes Monteiro, Adriana Santos e Maria João Lima.
Presente na cerimónia de apresentação da infraestrutura, Lurdes Monteiro esclareceu que se trata da “memória da população, quer dos seus constituintes biológicos, como também do próprio ambiente, daí a importância dos biobancos. Por exemplo, nós hoje sabemos que a gripe espanhola foi do tipo H1N1 porque havia estes repositórios, que possibilitaram a verificação de um histórico e perceber a evolução do vírus”. A função de um biobanco é, então, “por um lado, estudar o atual, mas também permitir às gerações futuras conhecerem o passado, percebendo a sua história”.
Envolvendo um investimento inicial a rondar os 250 mil euros, que englobam infraestruturas e equipamento, “para se ter um biobanco temos de obedecer a regras muito rigorosas de confidencialidade, de ética e, nesse sentido, o próximo passo é a certificação em termos de qualidade para entrarmos nas redes europeias”, referiu a docente e investigadora da FCS.
O presidente da FCS, Luís Taborda Barata, vincou que a mais-valia fundamental é “ter mais uma outra forma de aprofundarmos a qualidade da investigação na Faculdade de Ciências da Saúde, porque o nosso grande referencial e a nossa grande missão é atingirmos a excelência no ensino, na interação com a comunidade e na investigação”.
A instalação do espaço foi cofinanciada pelo Programa Operacional Temático Valorização do Território (POVT), no âmbito do Eixo Prioritário de Infraestruturas e Equipamentos para a Valorização Territorial e o Desenvolvimento Urbano, tendo contado com o apoio financeiro do Fundo Europeu de Desenvolvimento Regional (FEDER).