Autarca da Guarda diz que problemas da saúde na região não podem ser "mascarados"

O autarca da Guarda aponta que os centros de saúde “estão a ficar sem médicos de família” e nas especialidades hospitalares “os profissionais vão para outras unidades de saúde”.

O presidente da Câmara da Guarda considera que os problemas da saúde na região não podem ser “mascarados” com a crise no SNS e lamenta que ainda não tenham sido atendidos os pedidos de reunião ao Ministério da Saúde.

O autarca da Guarda, Sérgio Costa (Movimento Pela Guarda), sustenta que há problemas na Unidade Local de Saúde (ULS) da Guarda que nada têm a ver com a atual crise no Serviço Nacional de Saúde (SNS) e considera que o Ministério da Saúde tem de dar explicações.

“Não podemos mascarar os problemas. Não se deve branquear os problemas do hospital e da ULS com aquilo que se passa no SNS”, apontou Sérgio Costa aos jornalistas, depois de ter abordado o tema durante a reunião do executivo municipal nesta quinta-feira.

Sérgio Costa revelou que já pediu uma reunião ao diretor executivo do SNS e que o presidente da Comunidade Intermunicipal Beiras e Serra da Estrela (CIMBSE) também já pediu uma audiência ao ministro da Saúde, mas os pedidos continuam sem ser atendidos.

O autarca da Guarda aponta que os centros de saúde “estão a ficar sem médicos de família” e nas especialidades hospitalares “os profissionais vão para outras unidades de saúde”.

Sérgio Costa quer saber “o que se passa” para que os profissionais “façam aqui o seu estágio e se vão embora queixando-se que são mal tratados na Guarda”.

“É na gestão mais intermédia que estão os problemas”, aponta o autarca defendendo que “os políticos não podem fazer ouvidos moucos aquilo que lhes vai chegando pela população”.

“O Governo tem responsabilidade por aquilo que se está a passar no país. Mas as administrações também não se podem pôr de fora dos problemas. E também os médicos não se podem pôr de fora do problema, também têm a sua responsabilidade”, salienta Sérgio Costa.

O autarca lembra que a ULS abrange 13 concelhos do distrito da Guarda e manifesta “solidariedade com os autarcas da região”.

O presidente da CIMBSE, Luís Tadeu, confirmou à agência Lusa o pedido de reunião com o ministro da Saúde que continua sem resposta.

Luís Tadeu, que é também presidente da Câmara Municipal de Gouveia, assegura que os autarcas vão continuar a exigir respostas e explicações por parte da tutela.

A Lusa tentou obter um comentário da ULS da Guarda, mas o presidente do Conselho de Administração não esteve disponível, remetendo para mais tarde uma eventual reação.

A ULS da Guarda, que inclui os hospitais da Guarda e de Seia, abrange a população de 13 concelhos do distrito da Guarda, num total de 140 mil habitantes.


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