Associação reforça necessidade de formação de técnicos de emergência médica

A ANTEM defende um modelo de educação único com diversos níveis de conhecimentos, à semelhança de outros países, onde a resposta é eficaz.

A Associação Nacional dos Técnicos de Emergência Médica (ANTEM) sublinhou ontem a necessidade formar técnicos de emergência médica/paramédicos, na sequência de uma morte, no concelho de Foz Côa, por alegada falta de assistência médica diferenciada.


“Não é admissível que a primeira equipa a chegar ao local, em cerca de 3.000 respostas diárias, seja apenas detentora de habilidades de suporte básico de vida (habilidades básicas), tendo que aguardar no local pelo meio diferenciado Viatura Médica de Emergência e Reanimação (VMER) o tempo que for preciso, e se este estiver disponível”, indica a ANTEM, em comunicado enviado à Lusa, após este incidente.


A nota enviada pela ANTEM vem no seguimento da denúncia do presidente do Sindicato dos Técnicos de Emergência Pré-Hospitalar (STEPH), Rui Lázaro, relacionada com a alegada falta de assistência médica avançada, que poderá estar na origem da morte de um septuagenário ocorrida ontem de madrugada, em Castelo Melhor, concelho de Foz Côa, no distrito da Guarda.


De acordo com aquela estrutura, “as VMER não se afiguram a resposta garantida a todas as respostas, pelo tempo que distam dos locais das ocorrências”.


O comandante dos bombeiros de Foz Côa, Rui Ramalho, disse ontem ter recebido um alerta via Centro de Orientação de Doentes Urgentes (CODU), na madrugada de ontem, às 01h36, para um acidente doméstico que ocorreu em Castelo Melhor.


“A ambulância SIV estacionada em Foz Côa também foi acionada, só que não compareceu devido à greve” dos técnicos de emergência pré-hospitalar ao trabalho extraordinário, afirmou o operacional.


De acordo com o comandante, foi acionada a ambulância do Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM) integrada no Posto de Emergência Médica (PEM) do INEM, estacionada no quartel dos bombeiros de Foz Côa.


“Os nossos operacionais deslocaram-se ao local, tendo verificado que se tratava de uma queda da cama de um homem de 73 anos”, frisou Rui Ramalho.


De acordo com o comandante, “de imediato foram efetuadas manobras de reanimação durante cerca de 45 minutos até à chegada ao Serviço de Urgência Básica (SUB) de Foz Côa, onde as manobras foram continuadas, no entanto não surtiram efeito e foi decretado o óbito por um dos médicos de serviço”.


Para a ANTEM, “45 minutos em manobras de Suporte Básico de Vida, na sua generalidade não são promotoras de reversão, mas a aplicação de habilidades SAV podem fazer toda a diferença”.


Segundo esta organização de técnicos de emergência médica, nestes casos “o tempo é fator chave, bem como as habilidades dos seus intervenientes, especialmente, as habilidades avançadas, só postas em prática depois de se esgotarem as básicas”.


Para aquela organização de técnicos de emergência médica, “enquanto continuarem a insistir no atual modelo, vamos continuar infelizmente a perder vidas, muitas destas, por falta de cuidados SAV em tempo”, frisa o comunicado da ANTEM.


“Ao contrário do que já foi proferido, Portugal não têm Paramédicos a operar, essa afirmação é totalmente falsa”, garante aquela organização.


A ANTEM reitera uma vez mais “a necessidade de avançar com a criação de uma Comissão de Inquérito aos Serviços Médicos de Emergência em Portugal, a fim de serem apurados os eventos adversos e, daí ser criado um novo rumo para este Serviço Essencial ao Estado de Direito Democrático”.


A ANTEM defende um modelo de educação único com diversos níveis de conhecimentos, à semelhança de outros países, onde a resposta é eficaz.


Segundo a ATEM, o paramédico, é educado com base na paramedicina, sendo esta uma derivação da medicina, vocacionada para a rua, ou seja, ambiente pré-hospitalar.


“O Paramédico é um profissional de saúde parceiro cujo foco principal é fornecer cuidados médicos avançados de emergência a pacientes críticos e emergentes que peçam ajuda ao Serviço Médico de Emergência. O paramédico é o elo do local para o sistema de saúde”, indica a fonte.


Segundo aquela associação, “o modelo que Portugal detém e que alguns insistem em defender é um modelo da idade da pedra, abandonado por diversos países, e que outros países começam a abandonar”.


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