Assembleia Municipal da Guarda quer “um grande projeto hidroagrícola” no concelho

Segundo o documento, o concelho da Guarda tem pouco mais de 40.000 habitantes e é constituído “por uma forte matriz rural” distribuída por uma área de mais de 712 km2.

A Assembleia Municipal (AM) da Guarda aprovou ontem, por maioria, uma moção onde apela ao Governo que execute no concelho “um grande projeto hidroagrícola” para “aumentar a produtividade, garantindo viabilidade económica, inovação e modernização” ao setor.

A moção intitulada “Água, agricultura e ordenamento do território no concelho da Guarda” foi apresentada pelo deputado José Valbom, eleito pelo movimento Pela Guarda (PG).

Segundo o documento, o concelho da Guarda tem pouco mais de 40.000 habitantes e é constituído “por uma forte matriz rural” distribuída por uma área de mais de 712 km2.

No documento, o eleito do PG lembrou que o concelho “não apresenta nenhuma reserva de água constituída com objetivo de criar perímetros de rega” e que a única reserva de água existente tem por função o abastecimento humano (barragem do Caldeirão).

Depois de referir que o país tem a possibilidade de recorrer às verbas do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR), José Valbom salientou que urge criar no concelho da Guarda “um grande projeto hidroagrícola com vista a constituir reservas de água para fins agrícolas como forma de aumentar a produtividade, garantindo viabilidade económica, inovação e modernização do setor”.

Nesse sentido, a AM decidiu apelar ao Governo, nomeadamente ao Ministério da Agricultura e Alimentação, ao Ministério do Ambiente e Ação Climática e ao Ministério da Coesão Territorial para que, “com brevidade, implementem um grande projeto hidroagrícola da Guarda compatibilizado com o elencado pela Direção Geral da Agricultura e Desenvolvimento Rural, relativo ao projeto de regadio para o concelho”.

Também apela ao executivo municipal presidido por Sérgio Costa (PG), que dê continuidade ao processo em curso relativo aos regadios das ribeiras do Luzelo, do Massueime, das Cabras e do Adão.

A moção vai ser enviada ao executivo municipal da Guarda, ao Ministério da Agricultura e Alimentação, ao Ministério do Ambiente e Ação Climática, ao Ministério da Coesão Territorial e à Direção Geral da Agricultura e Desenvolvimento Rural.

Sobre este assunto, o autarca da Guarda, Sérgio Costa, referiu que no final de 2021 a autarquia elaborou um estudo e apresentou no período de consulta pública do plano nacional de regadios as sugestões referidas na moção hoje aprovada e também a extensão do regadio da Cova da Beira às freguesias sul do concelho e um novo regadio no vale do Mondego.

Lembrou, ainda, que os seis municípios do Parque Natural da Serra da Estrela (PNSE) vão avaliar os recursos hídricos, no seguimento dos incêndios do verão e da falta de água.

“E, no final, esperemos que este estudo possa ser absolutamente absorvido pelo plano de revitalização do PNSE. É assim que se faz o trabalho de casa para que tenhamos a ambição desse grande plano de regadios do nosso concelho, conforme bem disse o deputado José Valbom”, concluiu o presidente do município.


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