Assembleia Municipal da Covilhã exige acessibilidades para a serra da Estrela

Apresentado pelo grupo municipal do PS, o documento relativo às acessibilidades da serra da Estrela apela à conclusão dos IC6, IC7 e IC37, fundamentando que são medidas de coesão territorial.

A Assembleia Municipal da Covilhã, distrito de Castelo Branco, aprovou ontem, dia 6 de fevereiro, por unanimidade, duas moções reivindicando a concretização de acessibilidades na serra da Estrela e a melhoria do Plano Nacional Ferroviário para a Beira Interior.


Apresentado pelo grupo municipal do PS, o documento relativo às acessibilidades da serra da Estrela apela à conclusão dos IC6, IC7 e IC37, fundamentando que são medidas de coesão territorial.


“Neste âmbito, urge tomar medidas que promovam o desenvolvimento dos territórios desfavorecidos, algumas delas constantes de planos nacionais com décadas e que ainda hoje as populações aguardam a sua execução, dos quais o IC6 é exemplo máximo”, refere a moção, que, segundo foi anunciado, também será apresentada em Seia (distrito da Guarda).


Na fundamentação, os eleitos municipais sublinham a distância temporal que existe entre as duas localidades, isto apesar de estarem em causa dois concelhos vizinhos.


Lembrando que o itinerário complementar 6 (IC6) está incluído no Plano Rodoviário Nacional e que o Governo já anunciou a intenção de concluir, até 2026, o troço Tábua-Folhadosa (19 quilómetros) e que o IC7 e IC37 permanecem “adormecidos”, a moção reivindica a conclusão total destes troços, até 2030.


Relativamente ao IC6, é sugerido que os 40 quilómetros por concretizar sejam divididos em dois troços, nomeadamente Folhadosa-Pedras Lavradas (17 quilómetros) e Pedras Lavradas-Covilhã (23 quilómetros), lançando primeiro o troço Pedras Lavradas-Covilhã e posteriormente o troço Folhadosa-Pedras Lavradas e cumprindo, assim, a meta de 2030.


Além disso, reivindica o início, “assim que possível”, do IC37, conexão fundamental da zona serrana até Viseu. Neste ponto, defende que deverá ser dada prioridade ao troço Seia-Nelas, que será de “vital importância para o desenvolvimento da região”, dado que se trata da ligação do maciço norte da serra da Estrela à ferrovia, em Nelas.


Igualmente apresentada pelo PS, a moção sobre o Plano Nacional Ferroviário incentiva o Governo a incluir na proposta final a Linha da Beira Baixa, tendo como objetivos estratégicos a ligação entre Lisboa e Covilhã, em duas horas e meia.


O mesmo documento reivindica que se reconheça a necessidade de serviços regionais de maior frequência no eixo da Beira Interior ou que se abra a possibilidade de as comunidades intermunicipais concessionarem o serviço.


No mesmo documento pede-se que o plano considere o estudo de uma ligação de alta velocidade, alternativa, para ligação a Espanha, via Plasencia, que maximize a intervenção na Linha da Beira Alta, construindo um troço que derive, na Guarda, no sentido sul, passando pela Covilhã e Fundão em direção a Plasencia onde o plano ferroviário espanhol prevê já uma ligação direta a Madrid.


Segundo o documento, esta opção poderá resultar em tempos de viagem mais curtos entre Porto e Madrid face à alternativa por Guarda – Salamanca – Medina del Campo – Madrid.


Nesta sessão da Assembleia Municipal foi rejeitada a moção apresentada pelo CDS para que seja realizada uma assembleia municipal extraordinária dedicada ao novo sistema de mobilidade da Covilhã, que entrou em vigor no dia 01 de fevereiro e que tem levado à troca de críticas entre a oposição e a maioria socialista na Câmara, que é liderada por Vítor Pereira (PS).


A proposta pedia que a empresa concessionária estivesse presente nessa sessão, mas o PS, que votou contra, sublinhou que o assunto já foi “amplamente discutido” no âmbito da realização do contrato (que tem visto do Tribunal de Contas) e de uma sessão pública de esclarecimento. Considerou ainda que a proposta apenas visa continuar a propagar informações incorretas.


Já o CDS considerou que o chumbo “é sintomático” do posicionamento do PS, e o PSD lembrou que, independentemente do chumbo, o assunto terá de voltar a ser analisado naquele órgão, pois foi apresentado um requerimento de agendamento potestativo para que a empresa vá àquele órgão prestar esclarecimentos.


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