APAV apoiou cerca de 37 pessoas por dia em 2021 e atendimentos subiram 113% em cinco anos

De acordo com o relatório, a APAV atendeu, em média, 37 pessoas por dia, entre homens, mulheres, crianças e pessoas idosas.

A Associação Portuguesa de Apoio à Vítima (APAV) apoiou, em média, 37 pessoas por dia em 2021, das quais 25 mulheres e cinco crianças, tendo registado um aumento de 113% nos atendimentos nos últimos cinco anos.

De acordo com o relatório anual da APAV sobre 2021, divulgado hoje, a associação contabilizou um total de 75.445 atendimentos, referentes a 15.617 pessoas, tendo registado um total de 13.234 vítimas diretas de crime.

Segundo a APAV, o maior número de vítimas continua a ser do sexo feminino (77,9%), mantendo-se a tendência dos anos anteriores, mas a associação destaca que a percentagem de vítimas do sexo masculino tem vindo a aumentar.

“Em 2019 representavam 18,7% (2.180) e em 2021 já atingiram os 19,6% (2.601) das vítimas”, refere a associação.

Os 75.445 atendimentos representam um aumento de 13,6% face aos 66.408 atendimentos efetuados em 2020, mas que ascende a 113% quando comparado com 2016, ano que foram feitos 35.411 atendimentos.

Na lista dos 10 principais crimes surge a violência doméstica logo em primeiro lugar (19.846 casos), seguida pelos crimes sexuais contra crianças (1.416), ofensas à integridade física (649), ameaças/coação (646), difamação/injurias (585), discriminação e incitamento ao ódio e à violência (394), crimes sexuais contra adultos (294), perseguição (253), burla (170) e ‘sextortion’ (159).

De acordo com o relatório, a APAV atendeu, em média, 37 pessoas por dia, entre homens, mulheres, crianças e pessoas idosas.

Olhando para cada um destes grupos, o destaque está nas mulheres, já que a APAV apoiou 9.148 em 2021, o que representa 175 por semana e 25 por dia.

No mesmo ano apoiou 1.959 crianças, 38 por semana e cinco por dia, enquanto homens foram 1.842 (35 por semana e cinco por dia) e 1.594 pessoas idosas (31 por semana e quatro por dia).

Entre as 13.234 pessoas reconhecidas como vítimas, o perfil mostra que na maioria (78%) são mulheres, com 40 anos como média de idade e com uma relação com o autor do crime.

Também entre as 1.959 vítimas que eram crianças ou jovens o género é sobretudo feminino (59%), aqui com uma média de idade de onze anos, e também com uma relação com o/a autor do crime.

“Do total de 13.234 vítimas, a APAV registou, em 2021, 13.413 autores/as de crime. O maior número de autores/as é do sexo masculino (8.167; 60,9%), mantendo-se, desta forma, a tendência de anos anteriores que demonstram que são os homens os principais agressores”, lê-se no relatório.

A APAV destaca também que a percentagem de mulheres agressoras se tem mantido “elevada e estável ao longo dos anos, apontando que “em 2019 representavam 13,1% (1.545); em 2020 12% (1.627); e em 2021 a tendência mantém-se com 11,9% (1.589) dos registos”.

Os dados estatísticos disponibilizados reportam-se aos processos de apoio desenvolvidos presencialmente, por telefone e online, no ano de 2021, pelos 75 serviços de proximidade da APAV.


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