Aluna da Universidade da Beira Interior estuda propriedades medicinais da urtiga

Uma aluna do curso de Química Medicinal da Universidade da Beira Interior (UBI) está a estudar as propriedades medicinais da urtiga e concluiu que as folhas são “ligeiramente mais antioxidantes do que os caules” da planta.

Marta Tenreiro, 21 anos, natural de Fornos de Algodres, no distrito da Guarda, é aluna do 3.º ano de Química Medicinal da UBI e no projeto final de curso decidiu analisar os compostos bioativos presentes na urtiga, uma planta selvagem que cresce nos campos de forma espontânea e que tem o nome científico de “urtica dioica”.
A aluna disse hoje à agência Lusa que decidiu estudar aquela planta tendo em conta a existência da Confraria da Urtiga, em Fornos de Algodres, e o incentivo que tem dado à sua divulgação e utilização na gastronomia local.
“Eu gosto da parte dos produtos naturais. Então, já que queria enveredar pelos produtos naturais, decidi usar a planta que está em voga aqui na terra [Fornos de Algodres], que é a ‘urtica dioica'”, justificou.
No âmbito do projeto, Marta Tenreiro secou a planta num espaço à sombra, triturou-a e depois fez “extrações dos compostos bioativos”, que analisou em laboratório.
“Relativamente aos resultados obtidos, apenas lhe posso dizer que a amostra que eu tinha para análise revelou ter uma atividade antioxidante pobre, tanto os extratos relativos às folhas, como os extratos dos caules. Uma vez que fiz a moagem dos caules e das folhas separadamente, consegui obter os diferentes valores, sendo as folhas ligeiramente mais antioxidantes do que os caules”, adiantou.
Referiu ainda que a amostra analisada “contém compostos fenólicos, flavonóides, não possui açúcares redutores, tendo os compostos fenólicos uma relação linear com as propriedades antioxidantes, ou seja, uma vez que há um pequeno número de compostos fenólicos, a atividade antioxidante vai ser baixa”.
“Os resultados obtidos que revelam esta pobre atividade antioxidante podem ser reflexo da altura em que efetuei a colheita da planta (janeiro de 2016), pois as propriedades antioxidantes podem alterar ao longo do ano. Contudo, não posso afirmar este facto, visto não ter amostra de planta de outra altura do ano para confirmar”, esclareceu.
Marta Tenreiro referiu que “já há mais estudos” sobre o nível de propriedades antioxidantes da urtiga que revelam as “bastantes valias” da planta.
Caso prossiga com os estudos ao nível de mestrado, a aluna da UBI adianta que irá “continuar com o projeto” de investigação da urtiga iniciado no final do curso.


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