“O protesto foi para pedir a demissão do Governo, tendo em conta o ataque às funções do Estado, encerramento das escolas e contra a destruição do Serviço Nacional de Saúde”, disse à agência Lusa Honorato Robalo, dirigente sindical da CGTP.
Segundo o sindicalista, participaram no protesto, promovido pelo Movimento Sindical Unitário afeto à CGTP, “cerca de três centenas de pessoas, a maior parte professores, enfermeiros e elementos de movimentos comunitários e contra as portagens” nas antigas Scut (vias sem custos para o utilizador).
Honorato Robalo explicou que o protesto foi realizado no momento do discurso de Cavaco Silva, alegando que “o Presidente da República devia destituir” o atual Governo “uma vez que houve oito momentos em que as decisões do Governo foram consideradas inconstitucionais”.
Cavaco Silva “disse que iria fazer cumprir a Constituição da República e era seu dever demitir o Governo”, disse.
Quando começou o discurso do Presidente, os manifestantes que estavam na assistência começaram a assobiar, a fazer ruído com apitos e a gritar ‘Governo para a rua’.
Também exibiam pequenos cartazes com mensagens como “Governo Rua” e “Presidente incompetente. Deixe o seu palácio para melhor gente”.
O Presidente da República sentiu esta manhã uma “reação vagal”, uma das causas mais comuns de desmaio, da qual “recuperou rapidamente”, nunca tendo perdido a consciência, disse à Lusa o médico que o assistiu.
A indisposição de Cavaco Silva foi notada pela assistência, mas dada a distância, algumas pessoas apenas se aperceberam “da paragem no discurso” e da “confusão”.
“Do sítio onde estava não consegui ver nada. Apenas me apercebi que houve uma quebra no discurso e depois soube que o Presidente da República se tinha sentido mal”, contou Paulo Canelas.
Referiu que naquele momento se gerou “a preocupação normal” relacionada com um episódio desta natureza.
“Estávamos a assistir a um momento festivo e houve o receio de que fosse quebrado, mas rapidamente nos apercebemos que não foi nada de grave e a cerimónia foi retomada”, concluiu.
Joaquim Matos referiu que assistiu a “uma confusão” na altura em que Cavaco Silva discursava e surgiram “protestos contra o Governo”.