“Atualmente, estão 43 enfermeiros a recibo verde e estão a aguardar que o conselho de administração (CA) da ULS da Guarda resolva o problema”, denunciou o dirigente do SEP, Honorato Robalo, durante a realização de uma ação de protesto em frente da sede da ULS, no parque da saúde, que contou com a presença de cerca de três dezenas de sindicalistas e de trabalhadores. Segundo o responsável, os enfermeiros estão a trabalhar a recibo verde há vários anos e o sindicato exibe que passem a trabalhadores “dependentes e com horário completo” e integrando os quadros daquela unidade de saúde. Honorato Robalo referiu que a situação é do conhecimento da Autoridade para as Condições do Trabalho (ACT), “que enviou uma queixa formal para o Ministério Público” a quem o SEP fez chegar “a informação” relativa à situação dos enfermeiros que trabalham na ULS/Guarda mediante “falsos recibos verdes”. Na ação de protesto também marcou presença o dirigente da União dos Sindicatos da Guarda, Pedro Branquinho, que denunciou o despedimento de cerca de três dezenas de assistentes operacionais da ULS “que exercem funções permanentes nas unidades de internamento”. O dirigente disse que os trabalhadores estão a ser substituídos por outros em regime de Contratos de Emprego de Inserção, o que coloca “em causa a qualidade dos serviços” prestados à população. Pedro Branquinho apelou para que os elementos do CA da ULS possam “refletir” e que os profissionais despedidos “possam ficar nos serviços”. Os dirigentes sindicais procuraram hoje abordar as questões laborais denunciadas com a direção da ULS/Guarda, mas tal não foi possível “porque não estava ninguém da administração” para os receber. A enfermeira Cátia Santos, que exerce funções a recibo verde “há mais de três anos” no serviço de medicina do Hospital Sousa Martins, na Guarda, disse à Lusa que trabalha “a tempo inteiro, com horário e sem direito a férias”. “Estou há três anos a recibo verde. Vou ter uma filha e vou ficar desempregada”, disse Sofia Marques, enfermeira no mesmo hospital, referindo que outras colegas ficaram sem emprego após o fim das respetivas licenças de maternidade. Maria Deolinda, 49 anos, assistente operacional há seis anos, contou que vai ficar desempregada em agosto, por o contrato de trabalho não ter sido renovado. “Com esta idade, onde é que vou arranjar trabalho? É uma injustiça”, disse.