Um início de verão com temperaturas elevadas e com pouca chuva provocou uma queda assinalável na produção de energia das barragens portuguesas.
A produção de eletricidade hídrica nas grandes barragens nacionais caiu 42% durante o mês de julho face igual período do ano passado. Foi também durante este período que o vento soprou menos, com a produção eólica a cair 8%.
Os dados foram divulgados esta quarta-feira, 5 de agosto, pela Associação Portuguesa de Energias Renováveis, a partir de dados da REN.
“O início do Verão em Portugal Continental tem-se caraterizado por temperaturas médias elevadas e uma pluviosidade reduzida, o que tem contribuído para um baixo aproveitamento do potencial hídrico existente, bem como eólico”, diz a APREN em comunicado.
Para compensar esta quebra na produção hídrica, as centrais a carvão e a gás natural tiveram que aumentar a sua produção. A produção a partir de carvão cresceu 45% em julho face a período homólogo, enquanto que a produção a partir de gás natural aumentou mais de 400% durante o mesmo período.
Apesar da queda da produção a partir de energia hídrica e eólica, a produção de electricidade de fontes renováveis foi responsável por 51,4% da produção em Portugal Continental entre janeiro e julho deste ano.
A maior contribuição partiu da energia eólica (22,8%), seguida da hídrica (21,9%), segue-se a biomassa (5%) e solar fotovoltaica (1,6%). É de destacar que a produção de energia solar bateu um recorde de produção pelo terceiro mês consecutivo.
Regra geral, e olhando para julho dos últimos dois anos, a contribuição renovável neste mês é “tipicamente baixa”. Mas se em 2013 e 2014 esta descida foi “colmatada através da importação”.
Mas este ano as produtoras recorrem principalmente à produção fóssil nacional, o que indica “que o seu preço no mercado de eletricidade está a ser mais favorável”.