O Teatro Municipal da Guarda (TMG) acolhe amanhã o espetáculo de teatro “Voltas & Reviravoltas & Contravoltas”, que é interpretado por vários reclusos do Estabelecimento Prisional daquela cidade.
O espetáculo, que resulta da oficina de teatro do Estabelecimento Prisional da Guarda (EPG), orientada por Américo Rodrigues, será apresentado pelas 21h30, no pequeno auditório do TMG.
Segundo a Câmara Municipal da Guarda, trata-se de uma criação coletiva, “com os próprios reclusos a escreverem a peça de teatro e também a representá-la”.
O espetáculo tem como intervenientes vários reclusos do EPG, uma psicóloga, uma professora e uma jurista.
O texto da peça, que inclui elementos da vivência dos participantes, “conta a história de um carteiro que na sua ronda habitual é confrontado com casos humanos singulares, que mostram a diversidade da nossa espécie”, segundo a fonte.
“A peça é também uma forma de satirizar atitudes e comportamentos, num registo que pretende ser cómico”, acrescenta.
“Voltas & Reviravoltas & Contravoltas”, com a duração de cerca de uma hora, tem entrada livre, mediante levantamento de bilhetes na bilheteira do TMG.
A oficina de teatro é uma iniciativa do Município da Guarda e do EPG, no âmbito de uma colaboração formalizada através de um protocolo entre as duas instituições.
O projeto é dinamizado pelo pelouro da Educação, Intervenção Social e Saúde da autarquia, em articulação com o EPG.
As oficinas de escrita, leitura e teatro constituem algumas das colaborações que têm vindo a ser desenvolvidas entre a autarquia e o EPG.
“Estas ações proporcionam um contacto direto dos reclusos com a comunidade, aquando da apresentação pública do trabalho desenvolvido”, lê-se na nota do município da Guarda.
No âmbito da colaboração entre as duas instituições, também já foi editado o livro “Vá para fora cá dentro!”, uma compilação de trabalhos poéticos criados no espaço da Oficina de Escrita e Leitura em Voz Alta, assim como a apresentação, no TMG, da peça “Sancho Pança governador da ilha dos lagartos”, de António José da Silva.
A autarquia sublinha que procura, em articulação com o EPG, “colaborar e participar, de modo ativo, na reinserção social de um grupo com especificidades bastante próprias, sempre numa perspetiva de inclusão”.