Re-food dá os primeiros passos na Guarda

Projeto que consiste em distribuir comida recolhida em restaurantes por famílias carenciadas da cidade está a captar os primeiros voluntários e parceiros.

A “reunião sementeira” do núcleo da Guarda da Re-food está agendada para outubro e até lá os seus dinamizadores esperam que as diferentes fases que o projeto requer estejam todas superadas. Trata-se de um projeto que consiste em distribuir comida recolhida em restaurantes por famílias carenciadas da cidade e que já está a ser desenvolvido com sucesso em vários pontos do país.

Este é um projeto «inovador, não-governamental, sem fins lucrativos, 100 por cento baseado no voluntariado, com cariz eco-humanitário». É ecológico porque «resgata comida condenada ao lixo mas em perfeitas condições» e humanitário «porque transforma essa comida em milhares de refeições para alimentar quem mais precisa». Os dinamizadores do núcleo da Guarda, que preferem não ser identificados, indicam que o «objetivo de desenvolver um novo núcleo é o de trazer os benefícios comprovados do projeto para a comunidade local, combatendo diariamente o desperdício alimentar e a fome». A ideia de trazer a Re-food para a Guarda surgiu depois de alguns membros assistirem à reunião sementeira na Covilhã no passado dia 23 de maio. Depois de pedida autorização para trazer o projeto para a Guarda, a Re-food enviou informação sobre as linhas orientadoras do projeto. A 29 de junho o mentor criou a página Re-food Guarda e a 17 de agosto os elementos da capital de distrito passaram a administrá-la oficialmente, tendo sido iniciado o processo de «divulgação, preparação da reunião sementeira, angariação de voluntários e parceiros».

Atualmente, o grupo tem cerca de 30 voluntários mas é um número que «está a aumentar» na sequência de uma fase de «maior visibilidade em que com regularidade somos procurados por telefone ou e-mail no sentido de obter esclarecimentos». De resto, para que o projeto se possa concretizar é «exigido a qualquer núcleo em formação um número mínimo de 250 voluntários» e os dinamizadores do núcleo da Guarda mostram-se confiantes em atingir essa marca, até porque «superámos um décimo desse valor em 15 dias e apenas através do formulário de inscrição de voluntários que disponibilizámos na nossa página no facebook», sendo que em breve vão ser organizados «eventos de angariação de voluntários». O trabalho de resgate de alimentos e distribuição dos mesmos pelos beneficiários só se concretizará quando forem completadas as cinco fases que estão previstas no projeto e que consistem em formação, investigação/informação, criação, implementação, operação, sendo que cada fase tem de ficar «concluída antes de passar à seguinte». A divulgação começou através da página no facebook, e neste momento com o auxílio de alguns parceiros angariados estão a ser espalhados pela cidade cartazes e folhetos com a imagem e mensagens da Re-food. Os responsáveis solicitam às pessoas que consultem a página do núcleo no facebook, «que façam um gosto, que partilhem com os amigos, que divulguem passando a palavra, e caso estejam interessados que se inscrevam como voluntários».

A reunião sementeira vai decorrer em outubro, em que será feita uma apresentação oficial do projeto, «aberta ao público» e em que marcará presença o mentor do projeto, o «norte-americano/alfacinha» Hunter Halder que vai apresentar o modelo do projeto, esclarecer dúvidas e fazer um apelo à inscrição de voluntários. Até à fase cinco que se inicia com a abertura atividade demorarão «ainda alguns meses», salientam os voluntários. Para já, e feita a primeira abordagem em alguns restaurantes, cafés e pastelarias, a adesão tem sido «imediata e entusiasmada na maioria. Num dos casos fomos recebidos com um “Até que enfim!”». Neste momento, é pedido «um compromisso de parceria, para que quando estivermos em condições de iniciar a atividade tenhamos fontes de alimentos suficientes», esclarecem os promotores. O alvo do Núcleo serão os «restaurantes, cafés, snack-bares, pastelarias, padarias, mini-mercados, mercearias e supermercados», uma vez que interessa «todo o desperdício alimentar».


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